AUTORES: LORI MAJEWSKI E JONATHAN BERNSTEIN
TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ
Os anos setenta foram um
período notável para a música moderna, produzindo uma enorme diversidade de artistas
com vários gêneros. O Rock foi dividido em subcategorias: progressivo, glam, heavy metal, hard rock e art rock. Durante
uma década, estranhamente, esses sons co-habitavam a mesmas ondas de rádio ao
lado do reggae, disco, electro, funk e punk. No final dos anos setenta, o hip-hop e o rap tinham começado a surgir. Não havia regras, mas de alguma forma,
ter uma identidade única foi um requisito, e até mesmo os artistas seguiram uma
tendência invariavelmente as quais esculpiram as suas próprias personalidades.
Tudo era feito de forma artesanal: analógico, sem computadores, e nenhum ajuste
digital para a voz.
Minha vertente do rock era o glam, onde Bowie. T. rex, Roxy Music, Sparks, and Cockney Rebel
foram responsáveis pela trilha sonora da minha juventude. Cada um tinha um som
cativante, individualmente e juntos contaram a estória que eu queria ouvir
através desses tempos na Grã-Bretanha. Outros garotos na escola estavam
perdidos em uma névoa de Pink Floyd e Genesis, ou estavam na fila sem fim para
garantir ingressos do Led Zeppelin. Todos éramos membros de diferentes facções, mas onde quer
que pertencíamos, a música era inspiradora. Foi uma voz importante na nossa
cultura, um meio para a nossa geração expressar a sua singularidade.
Em 1976, de repente, tudo o
mais parecia ultrapassado. O Punk estourou por toda parte invadindo todas as
regiões. Ele transformou a maneira como éramos. Foi uma revelação, um aumento
sem precedentes de energia, mas também acabou rápido. Foi a partir dessas
cinzas que a música da década seguinte estava para surgir. Bandas como The
Police, The Cure, e Siouxie and the Banshees já havia estabelecido seu próprio
som e foram capazes de conduzir suavemente aos anos oitenta. Adam and the Ants
remodelou e fez a transição. Generation X não fez - embora Billy Idol tivesse
ressurgido como um artista solo em 1981.
No pós-punk, houve
resultados inesperados. Estar em uma banda, agora parecia surpreendentemente
possível; os obstáculos foram removidos. Tudo era mais acessível. Gravadoras Indie
estavam prosperando. Pequenas boates foram surgindo em cada cidade. A imprensa
musical estava ativamente procurando o próximo som. Havia até mesmo oportunidades
de tocar no rádio tarde da noite. Atitude e ideias tinham derrubado o
virtuosismo musical. Apenas alguns anos antes, quando superstars eram
intocáveis, nada disto teriam sido atingidos.
A tecnologia foi avançando
rapidamente, e o sintetizador estava finalmente acessível, resultando em um
fluxo de artistas que integrou o estilo
eletrônico em seu som orgânico. Gary Numan, Ultravox, e Japan estão entre
os que conectaram as décadas. The Human League se tornou um das primeiras
bandas puramente eletrônica da Grã Bretanha, e Joy Division uniu o punk,
sintetizadores e as batidas para abrir caminho, o caminho para tudo o que viria
na sequencia, através da névoa deste período, uma nova onda de bandas tinham
nascido e tramavam sua entrada triunfal. Aqueles se que materializaram incluo
U2, Depeche Mode, Spandau Ballet, Culture Club, Tears For Fears, The Smiths e
Duran Duran. Enquanto cada um de nós tinha sons e visões totalmente distintos,
havia um fio condutor em comum: Todos nós tínhamos experiência de vida no Reino
Unido durante os anos setenta, sob o mesmo céu cinzento, suportando a
turbulência política e a agitação social. Eram diferentes reflexões de pontos
de vista semelhantes, reacionários ao nosso redor. Alguns escolheram expressar
a escuridão, outros olhavam em direção à luz. No caso do Duran Duran, nós
tentado encontrar um equilíbrio entre os dois. Queríamos levantar o ânimo das
pessoas, ao invés de lutar contra a miséria com a miséria. Se você se limita a
preto e branco, você pode criar algumas belas imagens, mas às vezes nós queríamos
simplesmente usar por completo, o colorido na tela.
Embora, por um período de dois
anos, eu estivesse aficionado pelo punk, foi em 1977 que descobriu decentemente
a música eletrônica via Kraftwerk, que provou ser uma inspiração duradoura.
Mais tarde nesse ano, também ouvi a canção "I Feel Love", de Donna
Summer, e isso teve uma influência profunda sobre a forma como eu percebia a
música a partir desse ponto. Além disso, ela me levou em direção a uma maior
valorização do Disco; agora o Chic estava
ao lado de Clash em minha coleção de vinil. Estes elementos, fundiram-se com
muitas outras referências estilísticas, formaram a base para o Duran Duran: a
energia crua do punk, ritmos da discoteca, as batidas do eletrônico, e o estilo
do Glam Rock, que já estava
profundamente enraizado em nossa consciência. Era o manifesto de uma banda que
finalmente definiu suas características e os distinguem de seus contemporâneos.
De um modo geral, os artistas que surgiram ao longo deste período, tomando as
suas influências a partir do mesmo conjunto de antecessores musicais. No
entanto, não há dúvida de que, se todos os membros dessas bandas se reunissem, as
opiniões sobre os méritos de tais artistas iriam variar enormemente. Dito isso,
estou extremamente confiante de que haveria uma exceção: Concordamos de maneira
unânime que David Bowie foi a influência fundamental comum em todos os nossos
estilos musicais coletivos.
Bela tradução. Belo prefácio do Nick!
ResponderExcluirImpressionante como ele sabe se expressar.