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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Boys on Film: Simon Le Bon conta que ficou surpreso ao participar da trilha sonora de Jogos Vorazes

TEXTO ORIGINAL: https://music.yahoo.com/blogs/music-news/boy-on-film--simon-le-bon-talks-surprise--hunger-games--soundtrack-appearance-210700658.html

POR: Lori Majewski

TRADUÇÃO: Diana da Cruz

04 de novembro de 2014






Surpreso por ver o nome de Simon Le Bon nos créditos da trilha sonora do próximo filme de Jogos Vorazes: A Esperança – parte 1? Pois, ele também.

 Simon Le Bon vocalista do Duran Duran nos conta: “Recebi uma ligação (da minha empresária) que disse: ‘você não vai acreditar nisso, Simon, mas há uma possibilidade de você fazer um dueto com Charli XCX para o novo filme de Jogos Vorazes”, “Legal!” - eu disse.  “Era uma oportunidade, sim e que oportunidade!”
Charli XCX
Sou grande fã de Charli XCX, diz Simon. “Penso que ela tinha algo muito especial. Então, contei a Rostam Batmanglij quem estava produzindo o projeto – Gosto de verdade da banda de Batmanglij, Vampire Weekend e do seu som. Não sei de quem foi a ideia do projeto, mas é muito boa.”
O dueto – para a música ‘Kingdom’, a qual é creditado a Charli XCX e Simon Le Bon – foi ideia de ninguém menos que Lorde, a responsável pela trilha sonora, de acordo o editor da Kiwi, Ron Perry, da Songs Music. “Ela é uma fã do Duran Duran” – disse Ron.
Contudo Le Bon, quem recentemente completou 56 anos, e Lorde com  seus 17 anos e vencedora de um Grammy, ainda têm de se encontrar pessoalmente, “estivemos trocando e-mails” disse Simon. “Ela é muito assertiva, muito comunicativa.”
Le Bon descreve “Kingdom” como sendo algo diferente de verdade. Fora do comum. “Musicalmente, ela tem uma espécie de melodia que lembra as cantigas ou poemas da infância, mas liricamente é muito, muito obscura.” Charli XCX representa este trecho o qual escrevi -  “like this beautiful little caged bird singing. I played against the innocence, sweetness, and naiveté—I'm the dark lord in the”.¹  Ela representa a leveza e eu algo um pouco assustador.
Os dois cantores gravaram seus vocais separadamente. “Aconteceu tudo de repente”, diz Le Bon. “Estava em Nova Iorque para o evento do Fashion Rocks no dia 09 de setembro, e entrei em estúdio com Rostam no dia seguinte. Foi muito fácil gravar – somente eu estava no estúdio e levamos cerca de duas horas e meia. Espero ter mais oportunidades de trabalho como esta. Sim, estou disponível, senhoras e senhores!”
Coincidentemente, no início do ano o Duran Duran havia feito um convite para Charli fazer uma participação no próximo álbum da banda, disse Le Bon. “Nick a fotografou para uma revista. Ele tentou ver se conseguia que ela viesse para uma participação especial, mas não foi possível, devido a questões logísticas.”
Outros artistas que compõem a lista de participações para a trilha sonora de Jogos Vorazes: A Esperança – parte 01 são: Grace Jones, The Chemical Brothers, Chvrches, The Lumineers, Diplo e Miguel. A trilha sonora estará disponível em 17 de novembro, quatro dias antes do lançamento do filme, o qual é o terceiro da série Jogos Vorazes.
 “Curiosamente, sou um grande fã de Jennifer Lawrence.” – diz Le Bon “Sou um pouco obcecado.”
Lori Majewski é co-autora do livro Mad World: An Oral History of New Wave Artists and Songs That Defined the 1980s, disponível na Amazon
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Informações importantes:

  1. Trecho da música: Kingdom.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

PREFÁCIO DE NICK RHODES - PARTE 02

TEXTO ORIGINAL: MAD WORLD BOOK 


AUTORES: LORI MAJEWSKI E JONATHAN BERNSTEIN

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ






Em outras partes do mundo, a Austrália gerou o INXS, quem poderia conviver confortavelmente com as bandas britânicas. No entanto, nos Estados Unidos, o DNA musical tinha se metamorfoseado em formas diferentes. The Velvet Underground indiscutivelmente inventou a música alternativa. Os Stooges e New York Dolls semearam o inicio para uma nova onda. Patti Smith, Ramones, Richard Hell e os Voidoids, os B-52’s, Television, Blondie e Talking Heads eram artistas em evolução seminal, através de meados dos anos setenta a cena do CBGB¹, os dois últimos artistas os quais passaram a produzir alguns dos álbuns mais significativos do início dos anos oitenta.

Apesar das incursões realizadas pela cena de Nova York e algumas outras bandas isoladas, tais como Devo, a América ainda tinha uma propensão nacional a gravitar em torno do rock tradicional. Parecia improvável que artistas internacionais estavam quebrando o bloqueio da rádio na década de oitenta, mas a mudança estava a caminho sobre as ondas. Várias estações alternativas começaram a surgir. WLIR em Long Island e KROQ, em Los Angeles tornaram-se uma das primeiras. Elas desenvolveram um idioma de áudio contemporâneo em contraste com a velha guarda, mostrando o bravo e o novo. Isso proporcionou uma plataforma para as bandas aspirantes do Reino Unido, as quais se aventuravam pelo litoral dos EUA pela primeira vez de um sonho que romperia essa barreira. Como o formato de rádio cresceu exponencialmente, uma segunda transmutação ocorreu desta vez por meio da TV a cabo: o lançamento da MTV, um canal musical 24 horas no ar. Esses fatores contribuíram muito para uma mudança sísmica. A segunda invasão britânica estava em andamento nos Estados Unidos, e a força combinada dos seus novos sons romperam as portas.

No mundo da música de hoje, não são muito diferentes os fatores de elaboração das carreiras dos músicos aspirantes. Trata-se de um reflexo dos nossos tempos e atitudes sociais. Se não houvesse o reality show, e a Internet não tivesse se tornado um portal central em nossas vidas, então a música teria avançado de maneiras diferentes. Em minha opinião, enquanto na realidade a TV cria oportunidades para alguns, ela tira as oportunidades dos outros. A rádio comercial tem playlists cada vez mais curtas, e o que é transmitido para o público ouvir em muitos aspectos é mais conservador e estereotipado. As poucas grandes gravadoras remanescentes agora passam bem menos tempo e dinheiro no desenvolvimento dos artistas. Através da exposição maciça na TV, os artistas são rapidamente empurrados para os holofotes, frequentemente despreparados, e em seguida, geralmente explorados dentro dos limites de um espírito de sobrevivência. As consequências desta evolução estabeleceu uma cultura em que o público tem um déficit de atenção, com artistas cada vez mais efêmeros, achando mais difícil sustentar uma carreira.

Mas a maneira como consumimos música agora é provavelmente a maior mudança de todas. Tudo está disponível em todos os lugares, 24 horas por dia, on-line, existem opções incessantes, de cada período concebível e gênero. A dificuldade está em tomar uma decisão...

Claro, houve alguns outros desenvolvimentos espetaculares também, como a capacidade de criar uma canção em seu quarto com um programa básico de computador, em seguida, transmiti-lo on-line instantaneamente a uma audiência potencialmente imersa. Este tipo de liberdade abriu uma caixa de Pandora² para a geração digital e, sem dúvida, produziu alguns artistas notáveis ​​que rompem as fronteiras musicais, particularmente dentro dos gêneros urbanos da dance-music e o eletrônico.

Pessoalmente, eu sempre acompanhei o progresso e tenho pouco tempo para a nostalgia, mas é importante colocar tudo no contexto e apreciar as melhores coisas que cada período tem a oferecer. Cada banda tem sua própria história. Tivemos a sorte de crescer numa época em que a invenção, a experimentação, o estilo e a inovação foram aplaudidos. Era uma cultura em que à preferência era para aqueles que se destacassem na multidão, em vez de estarem nela. Artistas eram musicalmente aventureiros, menos impulsionados pelo comércio, e seu principal objetivo era criar uma música extraordinária. Se você passou pelo sucesso comercial, a fama era um subproduto, e não uma prioridade. Músicas singulares e excêntricas muitas vezes misturadas nas paradas tradicionais. O público foi de mente aberta, e havia uma verdadeira apreciação pelas ideias e a imaginação do momento.

A única coisa que permanece tão verdadeira atualmente como na década de oitenta: Embora os que fossem adolescentes ou estivessem com seus 20 anos tivessem um vocabulário musical limitado, estes continuam sendo a fonte chave para a mudança na música. Possivelmente, é a energia juvenil, a arrogância, uma crença cega de que estão certos. Ou talvez seja algo verdadeiramente intuitivo o qual aprenderam por estudarem bem de perto um microcosmo de músicas ecléticas do passado e do presente. Para nós, quando começamos o Duran Duran, estávamos absolutamente convencidos de que estávamos certos. Nosso som seria o futuro. Talvez essa seja a verdade para todos os artistas jovens. Se você não acreditar em si mesmo, ninguém mais o fará.
  
                                                                                                                   NR, Londres, 2013


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Informações importantes: 

1. CBGB = sigla do extinto clube em Nova York na década de 70, o qual voltou a funcionar em 2012. Saiba mais:  http://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2012/05/cbgb-clube-berco-do-punk-voltara-fazer-barulho-em-nova-york.html


2. Caixa de Pandora = Pandora foi enviada para Epimeteu, que já tinha sido alertado por seu irmão a não aceitar nada dos deuses. Ele, por “ver sempre depois”, agiu de forma precipitada e ficou encantado com a bela Pandora. Ela chegou trazendo uma caixa (não era necessariamente uma caixa, mas um jarro) fechada, um presente de casamento para Epimeteu.
Epimeteu pediu para Pandora não abrir caixa, mas, tomada pela curiosidade, não resistiu. Ao abrir a caixa na frente de seu marido, Pandora liberou todos os males que até hoje afligem a humanidade, como os desentendimentos, as guerras e as doenças. Ela ainda tentou fechar a caixa, mas só conseguiu prender a esperança.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

PREFÁCIO DE NICK RHODES NO LIVRO MAD WORLD

TEXTO ORIGINAL: MAD WORLD BOOK - PREFÁCIO - PARTE 01

AUTORES: LORI MAJEWSKI E JONATHAN BERNSTEIN


TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ







Os anos setenta foram um período notável para a música moderna, produzindo uma enorme diversidade de artistas com vários gêneros. O Rock foi dividido em subcategorias: progressivo, glam, heavy metal, hard rock e art rock. Durante uma década, estranhamente, esses sons co-habitavam a mesmas ondas de rádio ao lado do reggae, disco, electro, funk e punk. No final dos anos setenta, o hip-hop e o rap tinham começado a surgir. Não havia regras, mas de alguma forma, ter uma identidade única foi um requisito, e até mesmo os artistas seguiram uma tendência invariavelmente as quais esculpiram as suas próprias personalidades. Tudo era feito de forma artesanal: analógico, sem computadores, e nenhum ajuste digital para a voz.

Minha vertente do rock era o glam, onde Bowie. T. rex, Roxy Music, Sparks, and Cockney Rebel foram responsáveis pela trilha sonora da minha juventude. Cada um tinha um som cativante, individualmente e juntos contaram a estória que eu queria ouvir através desses tempos na Grã-Bretanha. Outros garotos na escola estavam perdidos em uma névoa de Pink Floyd e Genesis, ou estavam na fila sem fim para garantir ingressos do Led Zeppelin. Todos éramos  membros de diferentes facções, mas onde quer que pertencíamos, a música era inspiradora. Foi uma voz importante na nossa cultura, um meio para a nossa geração expressar a sua singularidade.

Em 1976, de repente, tudo o mais parecia ultrapassado. O Punk estourou por toda parte invadindo todas as regiões. Ele transformou a maneira como éramos. Foi uma revelação, um aumento sem precedentes de energia, mas também acabou rápido. Foi a partir dessas cinzas que a música da década seguinte estava para surgir. Bandas como The Police, The Cure, e Siouxie and the Banshees já havia estabelecido seu próprio som e foram capazes de conduzir suavemente aos anos oitenta. Adam and the Ants remodelou e fez a transição. Generation X não fez - embora Billy Idol tivesse ressurgido como um artista solo em 1981.

No pós-punk, houve resultados inesperados. Estar em uma banda, agora parecia surpreendentemente possível; os obstáculos foram removidos. Tudo era mais acessível. Gravadoras Indie estavam prosperando. Pequenas boates foram surgindo em cada cidade. A imprensa musical estava ativamente procurando o próximo som. Havia até mesmo oportunidades de tocar no rádio tarde da noite. Atitude e ideias tinham derrubado o virtuosismo musical. Apenas alguns anos antes, quando superstars eram intocáveis​​, nada disto teriam sido atingidos.

A tecnologia foi avançando rapidamente, e o sintetizador estava finalmente acessível, resultando em um fluxo de artistas que integrou o estilo  eletrônico em seu som orgânico. Gary Numan, Ultravox, e Japan estão entre os que conectaram as décadas. The Human League se tornou um das primeiras bandas puramente eletrônica da Grã Bretanha, e Joy Division uniu o punk, sintetizadores e as batidas para abrir caminho, o caminho para tudo o que viria na sequencia, através da névoa deste período, uma nova onda de bandas tinham nascido e tramavam sua entrada triunfal. Aqueles se que materializaram incluo U2, Depeche Mode, Spandau Ballet, Culture Club, Tears For Fears, The Smiths e Duran Duran. Enquanto cada um de nós tinha sons e visões totalmente distintos, havia um fio condutor em comum: Todos nós tínhamos experiência de vida no Reino Unido durante os anos setenta, sob o mesmo céu cinzento, suportando a turbulência política e a agitação social. Eram diferentes reflexões de pontos de vista semelhantes, reacionários ao nosso redor. Alguns escolheram expressar a escuridão, outros olhavam em direção à luz. No caso do Duran Duran, nós tentado encontrar um equilíbrio entre os dois. Queríamos levantar o ânimo das pessoas, ao invés de lutar contra a miséria com a miséria. Se você se limita a preto e branco, você pode criar algumas belas imagens, mas às vezes nós queríamos simplesmente usar por completo, o colorido na tela.


Embora, por um período de dois anos, eu estivesse aficionado pelo punk, foi em 1977 que descobriu decentemente a música eletrônica via Kraftwerk, que provou ser uma inspiração duradoura. Mais tarde nesse ano, também ouvi a canção "I Feel Love", de Donna Summer, e isso teve uma influência profunda sobre a forma como eu percebia a música a partir desse ponto. Além disso, ela me levou em direção a uma maior valorização do Disco; agora o Chic estava ao lado de Clash em minha coleção de vinil. Estes elementos, fundiram-se com muitas outras referências estilísticas, formaram a base para o Duran Duran: a energia crua do punk, ritmos da discoteca, as batidas do eletrônico, e o estilo do Glam Rock, que já estava profundamente enraizado em nossa consciência. Era o manifesto de uma banda que finalmente definiu suas características e os distinguem de seus contemporâneos. De um modo geral, os artistas que surgiram ao longo deste período, tomando as suas influências a partir do mesmo conjunto de antecessores musicais. No entanto, não há dúvida de que, se todos os membros dessas bandas se reunissem, as opiniões sobre os méritos de tais artistas iriam variar enormemente. Dito isso, estou extremamente confiante de que haveria uma exceção: Concordamos de maneira unânime que David Bowie foi a influência fundamental comum em todos os nossos estilos musicais coletivos.

PREFÁCIO DE NICK RHODES NO LIVRO MAD WORLD

TEXTO ORIGINAL: MAD WORLD BOOK - PREFÁCIO - PARTE 01

AUTORES: LORI MAJEWSKI E JONATHAN BERNSTEIN


TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ







Os anos setenta foram um período notável para a música moderna, produzindo uma enorme diversidade de artistas com vários gêneros. O Rock foi dividido em subcategorias: progressivo, glam, heavy metal, hard rock e art rock. Durante uma década, estranhamente, esses sons co-habitavam a mesmas ondas de rádio ao lado do reggae, disco, electro, funk e punk. No final dos anos setenta, o hip-hop e o rap tinham começado a surgir. Não havia regras, mas de alguma forma, ter uma identidade única foi um requisito, e até mesmo os artistas seguiram uma tendência invariavelmente as quais esculpiram as suas próprias personalidades. Tudo era feito de forma artesanal: analógico, sem computadores, e nenhum ajuste digital para a voz.

Minha vertente do rock era o glam, onde Bowie. T. rex, Roxy Music, Sparks, and Cockney Rebel foram responsáveis pela trilha sonora da minha juventude. Cada um tinha um som cativante, individualmente e juntos contaram a estória que eu queria ouvir através desses tempos na Grã-Bretanha. Outros garotos na escola estavam perdidos em uma névoa de Pink Floyd e Genesis, ou estavam na fila sem fim para garantir ingressos do Led Zeppelin. Todos éramos  membros de diferentes facções, mas onde quer que pertencíamos, a música era inspiradora. Foi uma voz importante na nossa cultura, um meio para a nossa geração expressar a sua singularidade.

Em 1976, de repente, tudo o mais parecia ultrapassado. O Punk estourou por toda parte invadindo todas as regiões. Ele transformou a maneira como éramos. Foi uma revelação, um aumento sem precedentes de energia, mas também acabou rápido. Foi a partir dessas cinzas que a música da década seguinte estava para surgir. Bandas como The Police, The Cure, e Siouxie and the Banshees já havia estabelecido seu próprio som e foram capazes de conduzir suavemente aos anos oitenta. Adam and the Ants remodelou e fez a transição. Generation X não fez - embora Billy Idol tivesse ressurgido como um artista solo em 1981.

No pós-punk, houve resultados inesperados. Estar em uma banda, agora parecia surpreendentemente possível; os obstáculos foram removidos. Tudo era mais acessível. Gravadoras Indie estavam prosperando. Pequenas boates foram surgindo em cada cidade. A imprensa musical estava ativamente procurando o próximo som. Havia até mesmo oportunidades de tocar no rádio tarde da noite. Atitude e ideias tinham derrubado o virtuosismo musical. Apenas alguns anos antes, quando superstars eram intocáveis​​, nada disto teriam sido atingidos.

A tecnologia foi avançando rapidamente, e o sintetizador estava finalmente acessível, resultando em um fluxo de artistas que integrou o estilo  eletrônico em seu som orgânico. Gary Numan, Ultravox, e Japan estão entre os que conectaram as décadas. The Human League se tornou um das primeiras bandas puramente eletrônica da Grã Bretanha, e Joy Division uniu o punk, sintetizadores e as batidas para abrir caminho, o caminho para tudo o que viria na sequencia, através da névoa deste período, uma nova onda de bandas tinham nascido e tramavam sua entrada triunfal. Aqueles se que materializaram incluo U2, Depeche Mode, Spandau Ballet, Culture Club, Tears For Fears, The Smiths e Duran Duran. Enquanto cada um de nós tinha sons e visões totalmente distintos, havia um fio condutor em comum: Todos nós tínhamos experiência de vida no Reino Unido durante os anos setenta, sob o mesmo céu cinzento, suportando a turbulência política e a agitação social. Eram diferentes reflexões de pontos de vista semelhantes, reacionários ao nosso redor. Alguns escolheram expressar a escuridão, outros olhavam em direção à luz. No caso do Duran Duran, nós tentado encontrar um equilíbrio entre os dois. Queríamos levantar o ânimo das pessoas, ao invés de lutar contra a miséria com a miséria. Se você se limita a preto e branco, você pode criar algumas belas imagens, mas às vezes nós queríamos simplesmente usar por completo, o colorido na tela.


Embora, por um período de dois anos, eu estivesse aficionado pelo punk, foi em 1977 que descobriu decentemente a música eletrônica via Kraftwerk, que provou ser uma inspiração duradoura. Mais tarde nesse ano, também ouvi a canção "I Feel Love", de Donna Summer, e isso teve uma influência profunda sobre a forma como eu percebia a música a partir desse ponto. Além disso, ela me levou em direção a uma maior valorização do Disco; agora o Chic estava ao lado de Clash em minha coleção de vinil. Estes elementos, fundiram-se com muitas outras referências estilísticas, formaram a base para o Duran Duran: a energia crua do punk, ritmos da discoteca, as batidas do eletrônico, e o estilo do Glam Rock, que já estava profundamente enraizado em nossa consciência. Era o manifesto de uma banda que finalmente definiu suas características e os distinguem de seus contemporâneos. De um modo geral, os artistas que surgiram ao longo deste período, tomando as suas influências a partir do mesmo conjunto de antecessores musicais. No entanto, não há dúvida de que, se todos os membros dessas bandas se reunissem, as opiniões sobre os méritos de tais artistas iriam variar enormemente. Dito isso, estou extremamente confiante de que haveria uma exceção: Concordamos de maneira unânime que David Bowie foi a influência fundamental comum em todos os nossos estilos musicais coletivos.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Bonus Track! Mark Ronson FOI POR TODA SUA VIDA UM FÃ DO DURAN DURAN

TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/?s=mark+ronson&cat=5

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ



14 de maio de 2014 


Nota do editor Lori Majewski: Qualquer um que me conhece sabe que eu sou um Duranie obstinado. E se você realmente me conhece, você provavelmente está ciente de que eu editei um fanzine relembrando os dias do Duran Duran, Too Much Information: o Definitive Duranzine. Entrevistar Mark Ronson para Mad World me lembra dos meus anos de formação em jornalismo, quando eu perseguia muitas celebridades apenas para perguntar-lhes sobre suas músicas favoritas do Duran Duran, membros e memórias. Alguns, como Jared Leto, que franziu a testa e disse: "Não podemos falar sobre Nirvana em vez disso?" Outros, como Claudia Schiffer e Trent Reznor, foram felizmente obrigados. Mark Ronson pertence a esse segundo grupo. Quando liguei de casa para ele, tivemos uma conversa entre fãs companheiros. O que se segue é uma "versão estendida" das citações de Mark que apareceram em nosso livro...



MAD WORLD: Quais são as suas primeiras lembranças do Duran Duran?

Mark Ronson: Eu estava na quarta série e nos inscrevemos para que pudéssemos tocar "Wild Boys" no show de talentos. Eu designei a todos suas funções, e ensaiamos juntos duas vezes, nunca com toda a banda na mesma sala. Pensávamos tudo ia dar certo, mas foi um desastre. O saxofonista saiu e estava tocando a música tema de Fame. Voltamos para a sala de aula depois, e o professor acabou conosco: "Vocês são uma vergonha! "Eu não sei como  tivemos a audácia de pensar que iríamos ser aceitos. Sorte que éramos os mais velhos da turma na escola, então, pelo menos, não haveria crianças que pudessem jogar coisas em nós. Além disso, meu padrasto estava no Foreigner, desta forma, ele tinha muitos amigos os quais eram estrelas do rock’ n’ roll. Lembro-me de uma noite que me disseram que John Taylor estava chegando, minha irmã gêmea e eu ficamos atordoados devido ao sono, pois estávamos tentando ficar acordado até tarde para vê-lo. Tenho certeza de eu tinha poucos pôsteres na parede.



MW: Como a banda influenciou no seu trabalho?

MR: Há certas músicas que você ama quando você é jovem, na verdade, você não precisa explicá-las; elas são apenas músicas pop de boa qualidade. E depois há as coisas que realmente são emocionantes, por exemplo, agora me encontro com a maioria deles, quando olho para trás, posso entender como eles me influenciaram. Acho que a principal coisa com Duran Duran foi que eles tinham uma sonoridade muito próxima do Chic. Há um incrível mash-up¹ feito por alguém e postado no You Tube onde "Le Freak" e "Girls On Film" se complementam. Eles têm a mesma sintonia! Isso mostra como de fato John foi influenciado por Bernard Edwards. Quero dizer, uma coisa é ser influenciado, outra é a capacidade de conseguir evocar o espírito da sonoridade. Há um monte de pessoas que são influenciadas por Jimi Hendrix, que tocam guitarra, mas existe poucas pessoas que podem fazer você pensar nele enquanto tocam. John e Roger trouxeram a tona o que há no Chic com Bernard Edwards e Tony Thompson.




MW: Houve uma avalanche de artistas new-wave interessantes nos anos 80. O que distingue o Duran Duran dos demais grupos desta época?

MR: Eles tinham as melhores músicas. Outras coisas definitivamente os ajudaram - sem dúvida eles tinham o melhor visual – porém isso somente reforçou essa ideia. Eles podiam tocar seus instrumentos. John é o único que é um grande obstinado fã de música, que estava empurrando-os, dizendo: "Tudo bem, temos que ser grandes e soar progressivos", Nick é o cérebro conceitual, Simon tinha essas melodias incríveis e uma voz tão singular e Roger é um dos maiores bateristas com agilidade e ritmo, com quem já gravei. Infelizmente, eu nunca cheguei a trabalhar com Andy; encontramos-nos (em 2012) e saímos algumas vezes, mas essa foi a primeira vez que eu o conheci.



MW: Você produziu o álbum do Duran Duran em 2011, All You Need is Now. O que você achou de trabalhar com seus ídolos?


MR: Eles são muito progressivos. Todos na banda estão sintonizados na música atual, música progressiva de verdade. Você poderia falar com John por 45 minutos sobre uma mixtape² de Diplo³. Ele é muito atento e ligado com o que está acontecendo. Isso é bastante evidente devido ao fato das pessoas com quem eles trabalharam nos últimos 10 ou 12 anos: Dallas Austin, Timbaland e Justin Timberlake.



MW: Mas foi você quem os guiou em direção a suas raízes new-wave e estilo de tocar no álbum Rio.

MR: Talvez de uma maneira um pouco egoísta, eu – e a maioria das pessoas ao meu redor, sendo músicos ou amigos fãs incondicionais - apenas queriam que cada um do Duran Duran pudesse reproduzir sua própria identidade. Eu (tinha) de abordar esse assunto com eles, sem tentar fazê-los sentir como se estivessem dando um passo para trás. Tratava-se de levá-los de volta a essência de quando eram jovens impetuosos fazendo esses sons e não ter medo ou do excesso em pensar nisso. Aprendi muito ao realizar esse album, especialmente do Nick sobre sintetizadores, quem me atualizou sobre o seu mais recente álbum solo (sua coleção) e o álbum de Bruno Mars (Unorthodox Jukebox) o qual trabalhei.



MW: Em Mad World, John dá a você os créditos ao ajudá-lo a obter o seu “groove” de volta. Como foi isso?

MR: Enquanto músico, John é muito modesto. Eles foram rotulados por serem garotos bonitos - as pessoas esquecem que eles podem realmente tocar. Estava em turnê, tecnicamente um pouco como assistente, com um grande amigo meu Stuart Zender do Jamiroquai, que é considerado um dos melhores baixistas de sua geração. Fizemos um show de abertura para o Duran Duran, e Stuart, eu nunca tinha visto ele assim - estava um pouco impressionado. Ele disse: "Eu costumava treinar os solos de baixo tocando "Rio" o tempo todo!”.



MW: O que faz de "Girls On Film", ser considerada uma canção original?

MR: Aquela seção rítmica incrível. Assim sendo a espinha dorsal da música é, para mim, perfeita. Depois de ter esse incrível riff de guitarra - não há nada além disso! É como na música de Les Paul que usou um Marshall. É como Steve Jones, qualquer coisa, tal como uma justaposição e combinação do ritmo. Na verdade ninguém os colocou juntos. Então você tem esse incrível pano de fundo que vinha de Nick Rhodes, as (letras) que (são) sobre sexo - que é o home run4 o que está ali! Porém, não é só sobre sexo: A música é sexy. É uma combinação de arrebentar. Obviamente, isso não foi premeditado. Eles não disseram, “Tudo bem, se pudermos colocar isso aqui e ali, como se estivessem fazendo misturas no laboratório”. E magicamente está pronto. Na verdade é a soma das partes as quais você só tem o conhecimento quando ouve os primeiros acordes e as vozes durante o processo de gravação. Quando acontece a química entre a guitarra e o ritmo.



MW: Quais são as suas músicas favoritas do Duran Duran?

MR: Save a Prayer, The Chauffeur, The Reflex, Notorious, Lonely in Your Nightmare. E então você vai a um show e vê 20 mil pessoas cantando “Ordinary World”, e isso lhe comove, e você percebe, "Oh, outra grande canção!"


    Cortesia Mad World Book



Observações importantes: 


  1. Mash-up: é do que a combinação de dois ou mais vídeos, sem relação nenhuma entre eles, tendo como resultado um novo vídeo. http://imprensarocker.wordpress.com/2010/11/04/voce-sabe-o-que-e-um-mashup/

  1. Mixed tape: é uma compilação de canções, normalmente com copyright e adquiridas de fontes alternativas, gravadas tradicionalmente em cassete. As canções podem encontrar-se de forma sequencial ou agrupadas por características comuns como ano de publicação, gênero e outros aspectos mais subjetivos. Como consequência também tem surgido mixtapes de vídeos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mix_Tape


  1. Diplo: Thomas Wesley Pentz, Diplo é produtor, compositor, artista, DJ, empresário, diretor, inovador, ícone cultural e, acima de tudo, um lançador de tendências musicais.  http://monkeybuzz.com.br/artigos/2538/de-produtor-a-icone-cultural-conheca-diplo/


  1. Home run: No beisebol, home run (denotado HR) é uma rebatida na qual o rebatedor é capaz de circular todas as bases, terminando na casa base e anotando uma corrida (junto com uma corrida anotada por cada corredor que já estava em base), com nenhum erro cometido pelo time defensivo na jogada que resultou no batedor-corredor avançando bases extras. O feito é geralmente conseguido rebatendo a bola sobre a cerca do campo externo entre os postes de falta (ou fazendo contato com um deles), sem que ela antes toque o chão. http://pt.wikipedia.org/wiki/Home_run