ENTREVISTA POR: SIMON PRICE
TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ
17 de março de 2011
Os heróis oitentistas do
electro-pop, Duran Duran estão de volta com um novo álbum, produzido por Mark
Ronson, All You Need Is Now está pronto para ser lançado. Simon Price rastreia
os Srs Le Bon, Rhodes e os dois Taylors durante a gravação de um programa
televisivo para discutir assuntos eternamente mal-compreendidos, os temores
homoeróticos dos fãs de Jo-Si e dildos¹ personalizados.
Há um frisson nos arredores
do The London Studios. Na sede da ITV localizada no South Bank, onde até mesmo os
gostos de Justin Lee Collins e Vernon Kay são considerados um grande negócio o
suficiente para terem a marca de suas mãos em bronze na parede da fama -
vivemos em tempos de segunda classe - a chegada das inquestionáveis lendas do pop as quais causaram um verdadeiro
frissom.
Simon Le Bon, Nick Rhodes,
John Taylor e Roger Taylor estão aqui para gravar uma hora de duração no
horário nobre especial, Duran Duran: One Night Only (primeira exibição vai ao
ar as 08h30min, no domingo dia 20 de março pela ITV1).
Fora do prédio, uma fila
colorida de Durannies, alguns com idade suficiente para ter comprado “Planet
Earth” no dia de lançamento, mas jovens demais até mesmo para lembrar-se de "Ordinary
World", serpenteiam ao longo dos muros antes das portas se abrirem. No
interior, dos corredores do estúdio de TV os assistentes vestidos de preto com
pranchetas e fones de ouvido correm de um lado para o outro e na tentativa de
permanecerem profissionais, mas mesmo eles não podem resistir ao fato de terem
de proferir suas cópias de "The Reflex" na esperança de um autógrafo
ou dois.
Há algo sobre o Duran
Duran, que ainda reverbera na memória popular, mesmo para pessoas que não
estavam em torno de sua fase imperial. Entre 1981-1985, com o seu blush e maçãs
do rosto, gloss exuberante e suas caras e bocas perfeitas, ombreiras elegantes,
seus cabelos com topetes enormes, alucinantes vídeos de ficção científica e
músicas no estilo disco-rock efervescentes, o Duran sintetizou a confiança de
um navio de guerra à prova de balas do pop britânico no primeiro semestre dos
anos 80, eles facilmente conquistaram a América e o resto do mundo. Mesmo
agora, depois de inúmeras reviravoltas, reuniões completas ou parciais, eles
ainda mantêm algo do real.
Os telões de LED no palco do estúdio estão decorados com os
logos de todas as épocas da carreira da banda, Le Bon aquece a voz, com sua
postura de macho alfa², o líder
vocal ensaia um trecho de "Hungry Like The Wolf", em forma de palavra
falada para preservar a laringe para a gravação real. Isso funciona de forma
brilhante, a exuberância da bolha champagne dos sintetizadores de Rhodes
contrastando com a suavidade do monólogo vocal do vocalista. (Talvez algum dia
eles lancem a música deste jeito.)
Mais tarde, o entusiasmo de todos em estar na presença da realeza
do rock & roll lentamente acalma-se e chega ao tédio como em canções
clássicas – emocionantes na primeira vez - são regravadas várias vezes ao longo
de um período de quatro horas, juntamente com os cortes de edição para que
Christine Bleakley possa falar, enquanto um cara tem o trabalho de encorajar a
platéia a bater palmas no momento certo. Apenas quando o fim parece estar próximo,
uma chuva de papel prateado com certeza representou um obstáculo continuo a
qualquer regravação, incrivelmente uma equipe de limpeza aparece, para varrê-la
e juntá-las em montes de V. Não deixe ninguém te enganar que a televisão é
fascinante.
No intervalo entre os
ensaios e do show, eu sou conduzido pelos corredores labirínticos com a
finalidade de encontrar quatro homens maravilhosamente bem preservados, suas
idades por volta da marca dos 50, em seus camarins individuais, saboreando
batatas assadas, assistindo um pouco da partida de futebol em um monitor de
tela plana, afastados das batidas na porta e das exigências de sua equipe
ansiosa.
Longe dos holofotes, Simon Le Bon é pensativo, mais inteligente
do que os difamadores do Duran jamais iriam imaginar, magnânimo e autodepreciativo.
Ele pode dar ao luxo de ser. A graciosidade dos vencedores.
John Taylor é a tagarelice personificada no palco, piscando e sorridente ao extremo, compartilhando brincadeiras fora do microfone com a platéia. Um a um, o baixista de rosto exuberante - que esteve no programa para viciados, denominado de “12 Steps”, procurou ajuda para o alcoolismo e dependência de drogas em 1994 - é uma criatura tímida e diferente, desconfiado e pouco à vontade, estava com seu corpo esguio enrolado defensivamente em uma poltrona de couro e quando a conversa toma um rumo com o qual ele sente-se desconfortável se coloca na defensiva (por exemplo, o nome "Nigel", sua identidade adolescente a qual ele liquidou para criar a persona pop de 'John', mas que depois ressuscitou para escrever uma coluna em seu site pessoal). Ao longo da nossa conversa, um pedaço solitário de enfeite de rua está brilhando em seu cabelo. É como se, quando você é um membro do Duran Duran, você é tão estelar que até mesmo a sua caspa é feita de glitter.
John Taylor é a tagarelice personificada no palco, piscando e sorridente ao extremo, compartilhando brincadeiras fora do microfone com a platéia. Um a um, o baixista de rosto exuberante - que esteve no programa para viciados, denominado de “12 Steps”, procurou ajuda para o alcoolismo e dependência de drogas em 1994 - é uma criatura tímida e diferente, desconfiado e pouco à vontade, estava com seu corpo esguio enrolado defensivamente em uma poltrona de couro e quando a conversa toma um rumo com o qual ele sente-se desconfortável se coloca na defensiva (por exemplo, o nome "Nigel", sua identidade adolescente a qual ele liquidou para criar a persona pop de 'John', mas que depois ressuscitou para escrever uma coluna em seu site pessoal). Ao longo da nossa conversa, um pedaço solitário de enfeite de rua está brilhando em seu cabelo. É como se, quando você é um membro do Duran Duran, você é tão estelar que até mesmo a sua caspa é feita de glitter.
Roger Taylor, que raramente dá entrevistas, é imediatamente o
mais afável e simpático da banda, agradecendo-me por todos os comentários
agradáveis que eu escrevi (estou francamente surpreendido que um membro do
Duran Duran chegasse a notar a minha existência), perguntando sobre o meu
sotaque galês fraco, e conversando tangencialmente sobre o som de Cardiff cocktail-funkers Blue Rondo A La Turk³ antes
mesmo de começarmos.
Nick Rhodes, tecladista do Duran e, aos 48,
é o bebê da banda, é uma espécie de herói pessoal. Incrivelmente elegante e despreocupadamente
efeminado e artisticamente sem pudor (em 1984, por exemplo, ele lançou um livro
de fotos Polaroid denominado Interference), ele é o único que
sempre exalou o ar de alguém que mesmo um pouco distante sofre da mesma forma
que os outros membros, porque ele é obrigado, mas que secretamente sabem que
ele é o seu superior. A única vez anterior que o conheci, foi na escadaria, no
pós-show em Birmingham, eu estava tão emocionado que só pude deixar escapar um
"HELLONICKRHODES !!!" (Ele apenas sorriu para mim.) Lido com as coisas um pouco mais calmas
desta vez. Sua entonação no estilo dos personagens de Oscar Wild faz parecer
que ele fala como se todo o mundo fosse um palco e ele estivesse realizando
apenas a sua última apresentação. Ele já tem maquiagem, mas as assistentes
continuam tentando arrastá-lo para aplicar ainda mais.
E lá vamos nós.
Em bandas
com muito tempo de estrada que passam pela crise da meia-idade na carreira
durante a qual, na falta de confiança em suas próprias ideias, olham ao redor e
tentam de uma maneira difícil perseguir o espírito da época vigente...
Roger Taylor: ... e chegam ao
Timbaland ?! [quem produziu grande parte do álbum com toques R&B do Duran
Duran entitulado Red Carpet Massacre
de 2007 ]
Nick
Rhodes:
Embaraçoso! Horrível! [risos]
John
Taylor:
Todo aquele projeto foi um maldito pesadelo. Nós entregamos um álbum para a
Sony, que era quase um álbum de rock na sua essência, e eles vieram com um
"Precisamos de algo um pouco pop, que tal fazer algumas faixas com o
Timbaland? E na mesma época que nos desentendemos com o Andy [Taylor,
guitarrista do Duran o qual estava ausente desde 1980, atualmente não é membro
da banda], de modo que o material Timbaland soou muito diferente do que
tínhamos feito antes.
NR: Aconteceu que tivemos a
oportunidade de trabalhar com Timbaland, então pensamos 'Ótimo, vamos'.
Sabíamos que era um risco em termos do que os fãs gostariam, se você está
trabalhando com alguém que é ostensivamente um produtor eletro/ hip-hop. Quando
o Timbaland viu a guitarra, o baixo e a bateria entrando no estúdio penso que
ele ficou mortificado, porque tudo está em uma caixa para esses caras. Mas estou
realmente feliz que fizemos esse álbum, porque na época foi válido.
JT: Foi o álbum mais
eletrônico de nossas vidas. Poderia ter sido um álbum solo de Simon Le Bon em
partes. Você não ouvia Roger e eu, na verdade não conseguia ouvir o Nick, e não
havia muitos solos de guitarra.
Simon Le Bon: Quando você compara-o
com o momento que estamos agora, acho que Red Carpet Massacre foi um pouco uma
questão de personalidade. Pensamos que poderíamos fazer um urban álbum4 e os nossos fãs gostariam... Porém, nossos
fãs NÃO nos deixaram em dúvida com sua resposta a esse álbum.
Então, no
caso de All You Need Is Now, vocês trabalharam com Mark Ronson, o produtor mais
associado na mente da maioria das pessoas com um som soul vintage / retro. O
que os convenceu de que ele poderia fazer um álbum do Duran Duran?
SLB: Sabíamos que havia mais
do que o vintage / retro na forma dele trabalhar. Ele teve uma maneira auditiva
muito apurada para as melodias, ele sabe como fazer um trabalho musical. Ele
entende o impacto emocional do movimento musical. E ele é capaz de colocar isso
em palavras também. E se você estiver trabalhando com o Duran Duran, você tem
que entender esse tipo de coisa. Ele é treinado, ele entende a teoria da
música, todas essas coisas. E nós trabalhamos com ele em Paris, alguns anos
antes, onde ele selecionou as suas canções favoritas do Duran Duran e fez um
megamix, e tocamos isso ao vivo, com ele. A partir das músicas que ele
escolheu, e da forma como ele colocou-as juntas, e as referências externas do
Duran Duran que ele trouxe, nós sabíamos que daria certo.
RT: No momento que ouvimos
aquele mix foi muito legal e ele entendeu o nosso repertório tão bem, esse foi
o momento.
SLB: Ele nos impressionou
tanto que ficamos desesperados para ele vir e trabalhar conosco no próximo álbum.
E quando ele disse: "Precisamos trabalhar juntos de maneira
adequada", Nos sentimos naquele momento “Uh-huuu!”
RT: Mark conseguiu fazer
com que prestássemos mais atenção em nós mesmos, como ninguém mais o fez. Ele
disse: ‘Todo mundo está no terreno, que ocuparam no início dos anos 80, fazendo
o que faziam! Vocês devem retomar aquele território de novo! 'Sua unidade
analítica é tão inteligente, era quase como um experimento científico:
"Obter os antigos kits de bateria que foram usados em 'Rio', conseguir
aquele velho baixo do John", ele queria saber exatamente como os teclados
foram criados, era a visão real que ele tinha.
SLB: “Ele disse: Olha isso
não é o que os fãs do Duran Duran querem ouvir.” Seu ponto de vista era o de um
fã, e ele nos ajudou de verdade.
JT: Pareceu-me que ele
tinha um toque mágico, e eu gosto muito dele. Você menciona o soul retrô, optamos por um som retro neste
disco, mas era diferente: ele mudou o seu microscópio dos anos 60 para o
eletro-pop dos anos 80, e ele aplicou o mesmo tipo de detalhe. Ele é um
falsificador mestre. Mas eu estava bem com isso, porque eu senti que tínhamos
ido tão longe com o Timbaland e perdemos a nossa essência. Então, a idéia de
Mark era voltar e fazer referência ao início dos anos 80. A abordagem foi 'OK, o
hip-hop ainda não aconteceu, e nem tínhamos os Red Hot Chilli Peppers muito
menos o Radiohead. Nós escrevemos as melhores músicas que poderíamos escrever,
e Mark agiu como um árbitro, se as coisas tomavam um rumo um pouco mais certo...
Ele não estava interessado em uma música no estilo de "Ordinary
World".
Ele queria ter esse
peculiar, tinha um dark pop dos primeiros álbuns do Duran. Quando você começa,
isso ajuda você a ter uma direção e um conceito. Ele escreveu essas regras e
fixou-as nas paredes do estúdio. Havia essa tendência de atitude. Isso ajuda
porque ele é um grande fã, e até mesmo a maneira como ele observa. Ele é uma
daquelas propagandas descoladas do início dos anos 80 com mensagens. Isso nos
fez pensar: 'Sim, nós podemos fazer isso'.
Duran
Duran teve a imagem associada a playboys desprovidos de inteligência por
críticos sérios, vivendo em iates e rindo da pobreza. Por exemplo, me preparei
para esta entrevista, lendo um artigo clássico escrito por Paul Morley de 1982
que contrasta o suposto hedonismo apolítico do Duran com os tumultos que
estavam acontecendo nas ruas de Birmingham...
SLB: O “Let them eat cake?”5 Sim, engraçado, eu estava pensando
sobre isso recentemente. Acho que a minha cabeça estava em um lugar engraçado.
Eu posso perceber de onde isso estava vindo. A coisa era essa. Estávamos tão
preocupados em nossa carreira, e de fazer algo acontecer. Estávamos tão
focados, numa espécie de cegueira para tudo que estivesse ao nosso redor. E
agora posso ver isso de verdade. Acho
que ele estava certo. Estávamos neste teatro, encenando e podíamos ouvir os tumultos
acontecendo lá fora. E pensamos que se poderia aproveitar essa energia para
fazer algo de útil, não seria um grande problema. O que soa como uma afirmação
muito insensível, mas isso era muito a nossa atitude: não espere por alguém
para mudar a sua vida, não fique reclamando "Por que a minha vida não é
melhor?", Faça você mesmo. E isso era uma parte muito importante do núcleo
do pensamento dos anos 80, e também possivelmente o Thatcherismo6. E, em alguns aspectos, é muito bom, mas
tinha também uma desvantagem real. E eu
posso ver o que significava para Morley.
NR: Isso foi uma distorção
grosseira. É muito fácil pintar um quadro como esse. Se alguma vez eu fiz uma
entrevista com alguém, estou perfeitamente feliz se eles estão filmando ou se
eles estão escrevendo tudo, e tenho a mesma impressão. Mas quando você chega a
alguém como um Paul Morley naquela época - Quer dizer, espero que ele tenha se
tornado um pouco mais sensível em sua velhice - mas até mesmo antes de escrever
algo, ele já sabia o que deveria escrever. É absolutamente apócrifo7 sugerir que não nos importávamos com o que
estava acontecendo. Claro que você se importa! Birmingham era nossa cidade, e houve
tumultos nas ruas, quero dizer, pelo amor de Deus...
JT: Acho que talvez decepcionamos as pessoas, no momento que não
éramos mais rebeldes. O que ganhávamos nos rendia muita facilidade. Somos um
produto de nossa própria experiência, e no momento em que tudo parecia natural
para mim. Eu não sei, poderíamos ter dito: 'Não! Não faremos revista Jackie... '
Bem, vocês
poderiam ter sido como The Clash que se recusou a participar do Top Of The
Pops, mas em que isso implica?
JT: The Clash eram uma das
raras bandas que não precisavam estar no Top Of The Pops, e você não iria
querer eles lá. Eu não ia querer, de qualquer forma. Eu os vi ao vivo o tempo todo...
Aprecio o que você está dizendo, mas apenas os coloca numa posição defensiva.
Outra
forma em que os historiadores do rock têm tratado injustamente o Duran é
colocando-os em uma linhagem boy band, apenas um degrau entre os Bay City
Rollers uma década antes e os Take That uma década depois, os equivalentes aos
anos 80 de JLS ou The Wanted...
JT: Como se atrevem?!
SLB: Aqueles [The Wanted
etc] são bandas comerciais que estão juntas com outras pessoas, e os membros
são apenas performers.
NR: De qualquer modo, isso
vem por parte dos críticos de ROCK cheios de testosterona. Eu não lhes invejo em
seu pequeno momento ao derramar um pouco de tinta sobre nós. Não me importo,
eles podem reclamar o quanto quiserem. Se você olhar para os músicos, sempre
fomos muito respeitados pelo que criamos ao passo que uma determinada classe de
jornalistas musicais nunca vai gostar de nós. Mas as garotas gostavam de nós. E
algo que um monte de jornalistas críticos de música nunca serão capazes de
conseguir são as garotas! Quando as pessoas olharem para trás de uma forma decente,
em retrospectiva sobre o que fizemos nossos álbuns e os experimentos que
realizamos - alguns mais bem sucedidos do que outro - então isso falará por si
mesmo. Eu não estou preocupado com isso.
Na
verdade, o que raramente é reconhecido é que o Duran foi uma banda
profundamente artística. Um quinteto de homens andróginos com make-up que
fizeram álbuns futuristas influenciados pela mesma lista de antecessores
descolados como toda a cena exagerada dos anos 80 [veja a soberba compilação de
Nick e John lançada em 2006, intitulada Only After Dark, com base em seus sets
de DJ na Rum Runner o clube de Birmingham], repleto de ruídos estranhos,
abstrato, letras enigmáticas e imagens bizarras, e de alguma forma realocado nos
quartos de milhões de adolescentes em todo o mundo.
SLB: Éramos ultra-modernistas
quando começamos, mas também muito ambiciosos. Mas quando a mídia entrou em
contato com a gente, especialmente os jornalistas que tinham uma base no que
veio depois do punk, que era muito austero, político, industrial, e não tinha o
colorido. E eu acho que eles sentiram que estávamos fazendo uma traição. Mas
queríamos cor, exuberância, romantismo, aspiração e otimismo depois de todo
esse pessimismo. Punk coloque-me a porra daquelas cores brilhantes. Tinha preto
também, mas a única coisa que o punk não representava era cinza. Tornou-se
cinza no pós-punk. Mas queríamos trazer o cabelo espetado, o corante, o make-up
e a diversão. E nós tivemos uma tensão sexual e ameaça. Boy George disse que
éramos "como o leite", o que achei estúpido. Na verdade, 'Girls On
Film' de algum modo era política. Com certeza era uma afirmação feminista. É
sobre a exploração das mulheres. E você tinha todas essas garotas cantando em
seus quartos...
JT: Pensávamos que fossemos
uma banda de art. Pensávamos em estar em um pequeno espaço em algum lugar entre
os Simple Minds (os primeiros) e The
Human League (no ínicio). Mas isso nunca realmente aconteceu conforme o
planejado sentimos que estávamos em um perfil diferente, e a coisa pop meio que
aconteceu. Entramos nessa. A Smash Hits estava em ascensão. E as revistas de
música sérias odiavam então elas se posicionaram contra nós e na verdade nunca
conseguimos rever isso. Poderíamos ter tomado um milhão de rotas diferentes,
mas nós escolhemos essa. A única coisa que você não pode controlar é a forma
como você se conecta com o público, quando milhões de pessoas se apaixonam de
você. Não tínhamos idéia. Essa foi a quantidade desconhecida, de... como se chama?
Não diga Fator
X...
JT: O fator X! Era exatamente
isso. Nenhum de nós viu acontecendo. E quando começou, tudo estava fora de
controle. Você realmente não pode controlar nada. Mas, como você diz, a nossa
música era muito dark. Esses três primeiros álbuns, havia um dark side que era tão interessante,
se não mais interessante do que os hits. Não tentamos escrever canções de
sucesso de maneira consciente. Certamente não mais do que Siouxsie And The
Banshees fez quando escreveu ‘Hong Kong Garden', você sabe. Acho que sentimos
que havia um lugar para nós no âmbito da cultura, mas nunca pensei que éramos
'pop'. Mas os hits são bastante viciantes. Embora na realidade, quando
participamos de Top Of The Pops muitas vezes ao longo da sua carreira não é
muito divertido...
RT: Tudo isso desencadeia
na Smash Hits. O grupo Japan estava na Smash Hits, mas se você ouvir os seus
álbuns, eles eram realmente artísticos, não eram? Se você foi aos shows do
Japan haveria garotas gritando, mas eles também tiveram essa vibração artística
acontecendo. E os Beatles tinham um catálogo incrível de música, mas também
conseguiram arrancar gritos. É como se estivéssemos justificando: se foi bom o
suficiente para os Beatles...
NR: Acho que tivemos uma
visão única, de algum modo sabíamos o que isso representava, e nós simplesmente
seguimos em frente. E tivemos sorte que muitas coisas deram certo. Nunca
pensamos que íamos ser um nome internacional dessa forma. Nós sempre pensamos
que seriamos uma banda da escola de arte a qual conseguiu um pouco de uma
audiência.
Às vezes
você pode identificar o momento exato em que uma banda tem sua credibilidade
percebida, e para o Duran foi indiscutivelmente aos 53 segundo do vídeo
"Rio", quando o dedão dos pés do Roger é mordido por um caranguejo. (
Os céus proíbem que o humor e arte
possam coexistir ...)
RT: Haha! Penso que houve alguns momentos antes.
Você é a primeira pessoa quem se vê em um vídeo do Duran, é claro. Abrindo as
cenas de “Planet Earth”...
RT: Bem lembrado! Nos lasers
azuis, com a cabeça para trás... Eu acho que [o diretor] Russell Mulcahy tinha
uma queda por mim. 'OK, tire sua camisa, você é o primeiro, deite-se ...'
Vamos
falar sobre os vídeos. Cenas de filme com qualidade, de alto orçamento e valor
de produção para a época, muitas vezes muito, muito estranho. Além dos hits que
eram exibidos exaustivamente pela MTV, havia esquisitices como os clipes "The
Chauffeur", o qual tiveram o trabalho pesado do estilo Helmut Newton8
S&M e o surrealismo de Dali/ Buñuel. Ou 'Night Boat', um apocalipse zumbi
no Caribe que tem Le Bon recitando Shakespeare...
SLB: Há o discurso de
Mercúrio do romance de Romeo e Julieta, e acho que Roger faz um pouco de
Hamlet... Esta era uma banda com uma ambição séria. Eu queria pegar a ideia dos
fantasmas. Queria fazê-lo, usando uma linguagem arcaica. E o único trecho de
linguagem arcaica que eu conseguia lembrar – isto é pré internet, nós estávamos
filmando em Antigua - era alguns recitais de Shakespeare. Eu poderia ter usado Chaucer9, o que seria um
pouco mais arcaico, mas ninguém iria entender porra nenhuma porque seria em
Inglês da Idade Média.
Você bateu
Michael Jackson no quesito zumbis no mundo pop por dois anos.
RT: Na verdade, fizemos! Eu
não assisto isso há anos... O estranho é que, nós lançamos uma compilação de
nossos vídeos, que teve a versão longa de "Girls On Film" e "The
Chauffeur", e as pessoas estavam comprando para os seus filhos de 8 anos !
Os pais corriam para o quarto para vê-los assistindo a um homem que tem um cubo
de gelo esfregado em um mamilo... Isso resume toda a situação em que estávamos.
Em 1984-1985,
o Duran dividido em duas facções de projetos paralelos o Arcadia (Simon, Nick,
Roger) e o The Power Station (John, Andy, por vezes, Roger). O primeiro foi
misterioso e esotérico, com aparições impenetráveis de Grace Jones. Este
último contou com Robert Palmer e de Tony Thompson do CHIC, e foi definido por
um impossível excesso de hits, com um rock-funk na produção. O próprio Le Bon,
desde então, descreveu o álbum So Red the Rose do Arcadia como "o álbum
mais pretensioso de todos os tempos", enquanto o álbum de estréia
auto-intitulado de Power Station foi descrito por muitos (inclusive eu) como
"o álbum mais cocainey10 já feito". Então, qual deles envolveu a
maior quantidade de “carreirinha” em sua criação?
SLB: Eu disse sobre pretensão?!
Talvez eu estivesse antecipando, pensando que era melhor eu dizer isso do que
qualquer outra pessoa. Acho que há uma linha tênue, uma indefinição, entre
"pretensão" e "aspiração". É sobre a tentativa de alcançar
algo. Sobre a cocainey? Eu concordo!
[Risos] Eu não acho que até mesmo o John Taylor discordaria disso. Em uma
batalha de cocaína, eles ganhariam. No meio do making of do álbum Arcadia eu
encontrei a Yasmin, pela segunda vez, e nada mais importava. Para ser honesto estou
surpreso que tenhamos terminado o álbum, porque tudo que eu conseguia pensar era
Yasmin.
JT: Cocaína? Sim, talvez.
[Sopra o ar através dos lábios] Eu não acho que isso seja um elogio. Você não pode
resistir a uma tentação destas... era uma oportunidade de fazer algo diferente
de Seven
and The Ragged Tiger, que foi um álbum muito difícil de fazer, e eu
queria fazer algo mais básico, Andy se sentia da mesma maneira, e nós só
armamos esta estratégia para arrebentar. Cocaína? Sim, é definitivamente uma forma
de descrevê-lo.
RT: Eu tinha um pé em ambos
os campos, haha. Eu contribui bastante no Arcadia, e um pouco no Power
Station. Movidos a cocaína? Sim. Realmente foram os dois extremos da banda, não
foi? Você tinha numa extremidade o artístico e na outra ponta o rock. Uma
espécie de despedida. Acho que talvez o Arcadia tenha resistido melhor ao teste
do tempo. A sensação era de que o Power Station teve mais sucesso na época. Foi
um grande sucesso comercial. O Arcadia foi provavelmente menor.
NR: Eu não saberia, porque
eu não estava lá para essas sessões, mas o Power Station certamente parecia que
estava fervendo. Havia algumas músicas muito boas no álbum deles. Lembro-me de
ouvi-lo no momento e não amá-lo, porque eu estava tão absorto no que estávamos
fazendo, mas eu acho que a história foi gentil, e eles inventaram um som para o
qual Robert Palmer continuou e isso é certo. O álbum do Arcadia foi o mais
pretensioso de todos os tempos? Sim, tenho lutado contra isso, mas eu sempre
gosto de manter esse título. [risos]
Um pouco
de pretensão no pop acontece há muito tempo...
NR: Concordo plenamente.
Uma música
dos primórdios, que ainda está entre as favoritas dos fãs até hoje, é
"Friends Of Mine '. É uma faixa que, diz-se, assumiu uma segunda vida
inesperada em clubes gays da América, onde muitos, sem saber sobre o assunto do
refrão entusiasta, Georgie Davis foi um ladrão armado preso em Londres, achavam
que era um hino de libertação homossexual...
RT: Ah, como aquela
música do Rod Stewart, "The Killing Of Georgie '?
SLB: Ah, é mesmo! Bem, isso
é muito legal! Eu não tinha ouvido falar sobre isso! Acho que até certo ponto o
Duran Duran é um ícone gay. Obviamente que não, da mesma forma como, digamos, o
ABBA ... Na América eles nunca souberam quem foi George Davis. Ele está morto
agora. Ele não está mais entre nós.
[Ele não
está morto. Ele está vivo e estava no Tribunal de Apelação algumas semanas
atrás, buscando reverter sua condenação original e exigir uma indenização] A referência era um
tipo do sinal dos tempos. Ao dizer 'Georgie Davis is coming out', estávamos
pensando no futuro. Quando escrevemos a música, ele tinha acabado de voltar.
Eu me
pergunto o que a banda faz para ter essa alarmante quantidade de fan fiction11
lá fora, de natureza sexual,
escrito por mulheres adultas. John balança a cabeça e não quer comentar. Simon,
no entanto...
SLB: Eu não estou ciente
disso. Deveria? Cerca de cinco anos atrás, quando eu entrei nesta coisa de
internet , eu pensei “Pare”! Eu não quero saber. É estranho, isso muda a
relação entre eu, como artista e um performer, e o público.
Eu posso
parar por aqui...
SLB: [um tanto intrigado]
Não, continue!
A dupla
mais comum – busca no Google com muita cautela - é 'Jo-Si "(John &
Simon, também um favorito nas montagens do Youtube). As estórias são
tipicamente sobre como Simon e John foram sempre amantes, Yasmin sabe e é
tranqüila em relação a isso, mas o John luta com a culpa católica sobre ser gay...
SLB: Sim, sim! Eu ouvi sobre
isso. Essa é uma das coisas que me lembro, do caso entre eu e o John.
Talvez
isto tenha sido motivado pela forma ligeiramente homoerótica que vocês dois
compartilham um microfone no palco algumas vezes.
SLB: Sim, chegamos muito
perto. Olhamos um para o outro, também. Nós não estamos tentando transformar
qualquer um em! Somos amigos muito próximos, e não nos sentimos desconfortáveis
por esta estreita proximidade, que um monte de caras sente. Mas acho que o fato
de estarmos na banda, e como usamos os microfones... A relação entre as pessoas
em bandas é além da amizade, da fraternidade e da família. O que eu acho
fascinante é a forma como o conceito do John e eu sermos amantes é um estímulo
para as mulheres. Eu não entendo nada disso! Lembro-me de que há muito, muito tempo
atrás, estava ficando com uma garota que disse: “Se você quer fazer algo que
realmente me excita, encontre um cara dê um beijo nele”. Acho isso muito
interessante.
Há uma faixa do novo álbum, "Being Followed", a qual tem os trechos "Paranoia the only valid point of view" e "Someone always watching what we do". Hoje em dia, celulares com câmera e Youtube, que é literalmente verdade: as pessoas famosas não podem ir a qualquer lugar sem que o seu comportamento esteja sendo documentado, e a linha que separa o espaço público do espaço privado está desfocada. Se essa tecnologia estivesse disponível na década de 80, qual teria sido a foto mais escandalosa do Duran?
Há uma faixa do novo álbum, "Being Followed", a qual tem os trechos "Paranoia the only valid point of view" e "Someone always watching what we do". Hoje em dia, celulares com câmera e Youtube, que é literalmente verdade: as pessoas famosas não podem ir a qualquer lugar sem que o seu comportamento esteja sendo documentado, e a linha que separa o espaço público do espaço privado está desfocada. Se essa tecnologia estivesse disponível na década de 80, qual teria sido a foto mais escandalosa do Duran?
SLB: Você está me pedindo
para lhe dizer?! Eu tive algumas ocasiões bastantes surpreendentes combinadas
com sexo e drogas. O que, em última instância, eram muito rock'n'roll. Só de
pensar nos tempos da Rum Runner, que lugar era aquele para cinco caras ... Provavelmente
era ilegal. Na verdade, muito disso era definitivamente ilegal.
De todas
as coisas estranhas que aconteceram com o Duran, um dos mais estranhos foi
quando seu ex-guitarrista, Warren Cuccurullo (1986-2001), começou a fazer sessões
de fotos nuas totalmente ereto em revistas gays, fazendo filmes de hardcore
pornô e a vender seu pênis personalizado em material plástico, o 'Rock Rod' ...
SLB: Umm... bem, ele meio
que começou quando ainda estava no grupo. Ele fez hardcore?! Certo. Bem, ele é
de uma psique muito bem construída. Eu sou muito do tipo de pessoa viva e deixe
viver. Eu nem sempre fui assim, mas aprendi. Sou muito tolerante.
Ele também
acredita que os aviões que atingiram as torres em 11/9 foram uma farsa gerada
por computador.
SLB: Ceeeeerto. Bem, foi
quando ele começou a fazer as fotos de nudez que eu meio que percebi que ele
não estava bem para a banda.
Diga o que
quiser sobre [o antigo membro do Duran] Stephen Duffy, mas você não pode
imaginá-lo com dildos...
SLB: Não, não! Mas ele é um
cara adorável, o Tin Tin Duffy. Embora o Warren. Na verdade, eu não diria que
ele é um cara adorável. Não... sim, ele é. Mas ele foi deixando de ser, ele foi
muito arrogante quando veio para o lado artístico. "Estou certo, que
deveríamos ter feito desta forma, é a única maneira, tudo que você tem a fazer
é ir e escrever as letras. Em última instância, é isso que me fez um dia dizer
a Nick, “Isso não vai dar certo".
RT: Eu não estava na banda
na época, mas eu li um artigo sobre ele no outro dia. Sim, ele fez um brinquedo
sexual na forma de seu próprio pênis, que...
Seria uma
ideia interessante de merchandise do Duran. Uma mudança de t-shirts e bonés.
RT: Seria!
Enquanto
estamos falando de pênis... Andy Warhol disse certa vez sobre Nick Rhodes:
"Eu o amo. Eu o adoro a ponto de me masturbar e assistir os vídeos do
Duran Duran.". (Revista The Face) Então, Nick, como é saber que Warhol, talvez o mais famoso artista do
século 20, costumava se masturbar vendo você?
NR: Ummm ... ele era travesso
o tempo todo. Ele só causava problemas. Eu me lembro dele me perguntar 'Você
viu o que eu disse na revista The Face?' e eu disse 'Não... " mas, ele
sabia muito bem que eu tinha lido. Ele era dos infernos. Amei Andy. Muitas
vezes penso nele. Agora ele se tornou muito maior do que a vida, ainda mais do que era naquele tempo. E é incrível
como era profético sua visão pessoal. Ele praticamente inventou o século 21,
com seu imaginário e sua obsessão com a fama. Ele teria adorado essas coisas de
reality na TV.
Você está
ciente do The Cult Of Nick Rhodes12?
NR: [sorrindo diplomaticamente]
Estou muito consciente de que todos nós temos os nossos fãs individuais. Tem sido sempre assim, desde o início.
Sim, mas
quando eu disse para alguns dos meus amigos que eu iria entrevistar o Duran
Duran, duas mulheres, uma com 21 anos, a outra com 41, ambas disseram
"Lamba Nick Rhodes por mim." [Não se preocupe, eu não vou.] É só um exemplo...
NR: Haha! Acho que de um
modo estranho todos nós representamos coisas diferentes, dentro da mesma banda.
Eu sou... curioso. Gosto de descobrir coisas diferentes, e tentar algo novo e é
isso que me motiva na banda. E nós temos sido capazes de fazer a maioria dessas
coisas, porque nós trabalhamos com fotógrafos, artistas modernos, cineastas,
quero dizer que acabei de produzir algo com David Lynch...
OK,
conte-me o que é.
NR: American Express aproximou-se
de nós. Eles estão fazendo uma série em que diretores de cinema dirigem
performances ao vivo de uma banda. Perguntaram com quem gostaríamos de trabalhar.
Terry Gilliam já tinha trabalhado com o Arcade Fire, e eu realmente gosto de
Terry Gilliam também... Enfim, eu disse: 'David Lynch! Curiosamente, ele havia
acabado de fazer um remix do [próximo single] 'Girl Panic', muito estranho,
muito legal. Então ele estava dentro do projeto, desde que pudéssemos
assegurar-lhe que teríamos total controle e poderíamos fazer algo que nunca
tinha sido feito antes. Ele meio que pensou da mesma maneira que nós.
Obviamente, uma arte diferente, um estilo diferente de tudo, mas ele não gosta
de operar em um pequeno vácuo sem realmente olhar para todas as coisas que
estão acontecendo ao seu redor. Ele está muito animado sobre isso. E os
trailers que ele produziu são fantásticos.
Existem
planos para lançar o álbum arquivado de 2006 intitulado Reportage?
SLB: Sim. Não há nenhum
plano efetivo, mas estaria falhando no meu dever se eu não conseguir pelo menos...
a música “48 Hours Later”, a qual é sublime. É uma das melhores canções que eu
já ouvi do Duran Duran. E funcionaria bem com o que estamos fazendo agora. Você
poderia facilmente tê-la em All You Need Is Now. Há outra denominada “Transcendental
Mental”, que é muito boa. Há outra “Traumatised”, que liricamente não é tão
forte, mas a melodia é muito boa.
E
sobre o 'Seven And The Ragged Tiger'?
SLB: Mmm. Eu não sei. Eu
acho que está na internet, não é? Algumas coisas não valem a pena esperar.
De todos
os álbuns que vocês já lançaram desde o inicio da fama na década de 80, qual
deles é o mais merecedor de ser ouvido? Vocês não estão autorizados a dizer
"o novo".
SLB: The Wedding Album [1993]
é muito bom, pois fizemos direito. Acho Pop Trash [2000] difícil, porque é o
álbum com o mínimo de mim. Medazzaland [1997] tem alguns sons bem interessantes,
mas é tão difícil para os seus ouvidos. Não é exuberante. Eles dizem que as
mulheres não gostam do som de címbals. É uma das razões que você tem mais caras
em shows de rock pesado. E esse álbum foi um dos menos apreciado por mulheres.
RT: Estava muito orgulhoso
do álbum Astronauta [2004], quando todos nós voltamos. Ele tende a ficar
esquecido. As pessoas falam sobre Red Carpet Massacre e o novo, mas o próprio
Astronaut foi ofuscado pela história da reunião dos cinco integrantes tocarem
juntos novamente.
Você
mencionou que Mark Ronson falou do fato de outras bandas terem habitado o “seu
terreno”, certamente já notei que muitas bandas foram influenciadas pelo Duran
ao longo da última década. Quem de vocês já ouviu falar e pensou: 'Eles não estaria
fazendo o que estão se não fosse pelo Duran Duran?
SLB: The Killers, Bloc
Party e Franz Ferdinand. O que soa mais
como o Duran Duran é uma canção do Reverend And The Makers denominada 'Heavy weight
Champion Of The World'. Na verdade pensei que fosse a gente!
RT: The Bravery. Essa é a única em que eu
pensei 'Uau, está um pouco perto... E Reverend And The Makers, como Simon
disse. Na verdade, The Dandy Warhols [que viria a ser produzido por Nick
Rhodes], a primeira vez que os vi no Top Of The Pops, pensei: "Uau, muito Duran-ish13". Isso foi
depois de um longo tempo fora dos holofotes, então o som do Duran soa um pouco
como uma combinação básica entre baixo e bateria (risos).
Enfim,
para quem está do lado de fora, estando no Duran Duran – ou em qualquer banda
do mundo – parece ser a coisa mais divertida do mundo. As namoradas modelos, o
estilo de vida de alto padrão, as participações especiais no cinema, as festas,
as drogas, o mundo fashion e o glamour. Por favor, não nos desiluda. Isso procede?
RT: Muito disso é trabalho
árduo. Estamos prestes a excursionar pela América por seis semanas. Só o fator
das viagens iria matar a maioria das pessoas. E ainda soamos atuais com músicas
que escrevemos há 30 anos...
Vocês não
se importam com isso, não é?
RT: Estamos muito
conscientes do que o público quer. E eu odeio quando me deparo com bandas as
quais só tocam músicas do mais novo álbum. Vi Beady Eye e não tocaram nenhuma
do Oasis...
Beady Eye
não é o Oasis! Será que o Arcadia já tocou alguma música do Duran?
RT: Hah! Arcadia jamais
tocou ao vivo. Embora ache que o Power Station tocou algumas músicas do Duran.
... SLB: O mais divertido do
mundo? Não. E eu que sempre pensei que fossem o Rolling Stones...
Duran
Duran se apresentará ao vivo pelo Reino Unido:
May 18 Metro Radio Arena, Newcastle
May 19 SECC, Glasgow
May 21 LG Arena, Birmingham
May 22 Capital FM Arena, Nottingham
May 23 Echo Arena, Liverpool
May 28 O2 Arena, London
May 30 Brighton Centre
May 31 International Centre, Brighton
June 1 International Arena, Cardiff
June 3 MEN Arena, Manchester
June 4 Motorpoint Arena, Sheffield
________________________________________________
INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
1. dildos:
Consolo ou consolador1 é um objeto em formato que imita um pênis com o intuito
de ser usado para provocar estímulos sexuais através do contato, fantasia ou penetração
oral, anal ou vaginal. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dildo
2. macho
alfa: O macho alfa costuma ter uma atitude baseada no acerto: ele não tem medo
de errar e é justamente essa confiança que possui em si mesmo que cria o
ambiente perfeito para os seus planos de sedução. http://atitudedehomem.com.br/caracteristicas-de-um-macho-alfa/
3. Cardiff cocktail-funkers Blue Rondo A La
Turk: http://shapersofthe80s.com/soundvision/1981-blue-rondo-create-a-new-buzz-with-latin-sounds-and-an-extreme-suited-dude-look/
4. Urban album: seria um album com
influências do R&B e do Soul Music dos anos 90 e 80. http://www.allmusic.com/subgenre/urban-ma0000011965
5. “Let
them eat cake?”: "Se não têm pão, que comam brioches!” - Simon refere-se a
famosa frase que teria sido dita por Maria Antonieta durante sua coroação, em
1774, quando soube que o povo das províncias francesas não tinha pão para
comer. Desta forma, parecia que o Duran Duran diante do caos em sua cidade
natal não estava preocupado e vendia uma imagem de mundo fantasioso cheio de
glamour.
6. Thatcherismo: O período denominado de Thatcherismo começou no
Reino Unido em 1979, quando os conservadores vencem as eleições e Margaret
Thatcher torna-se primeira-ministra, ela foi a primeira mulher a dirigir uma
democracia moderna.
Durante o seu governo, a maior parte do setor público é privatizada. Os sindicatos se enfraquecem e o desemprego cresce. No mesmo período, o país descobre petróleo no mar do norte. http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/atualidades/thatcherismo-resumo-677240.shtml
Durante o seu governo, a maior parte do setor público é privatizada. Os sindicatos se enfraquecem e o desemprego cresce. No mesmo período, o país descobre petróleo no mar do norte. http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/atualidades/thatcherismo-resumo-677240.shtml
7. Apócrifo:
Que não foi reconhecido como devidamente inspirado.
Que não é do autor a que se atribui.
8.
Helmut Newton: Helmut Newton (Berlim, 31 de
outubro de 1920 — Los Angeles, 23 de janeiro de 2004), nascido Helmut
Neustädter, foi um fotógrafo de moda alemão, naturalizado australiano, famoso
por seus estudos de nus femininos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Helmut_Newton
9.
Chaucer: Geoffrey Chaucer (c. 1343 - 25 de
outubro, 1400) foi um escritor, filósofo, cortesão e diplomata inglês. Embora
tenha escrito muitas obras, é mais lembrado pela sua obra narrativa inacabada,
Os Contos da Cantuária ("The Canterbury Tales" em inglês), uma das
mais importantes da literatura inglesa medieval. http://pt.wikipedia.org/wiki/Geoffrey_Chaucer
10. Cocainey:
o jornalista uma variação do vocábulo “cocaine” em inglês para definir a grande
quantidade de cocaína possivelmente consumida pelos integrantes durante a
gravação dos álbuns.
11. Fan
fiction: O termo fanfic se trata de uma abreviação de fan fiction (ou
fanfiction), designando a ficção feita por fãs, sem caráter comercial ou
lucrativo, a partir de uma determinada história criada por terceiros. As
proposições de que parte o escritor (ou ficwriter) para criação de uma fanfic
são infinitas, podendo ser a justificativa de um aspecto da história
“original”; a exploração de alguns personagens dessa trama (geralmente aqueles
com os quais o ficwriter mais simpatiza); a alteração de certos acontecimentos
e desfechos, dentre infinitas outras. Da mesma forma, o “universo original” que
serve de cenário (ou fandom) para uma fanfic pode ser qualquer um e pertencer
aos variados âmbitos, como séries de televisão, livros, animes, bandas,
novelas... http://www.ligadosbetas.blogspot.com.br/2013/01/o-que-e-fanfic.html
12. The
Cult of Nick Rhodes: o jornalista menciona o fato de Nick ter muitos fãs fiéis.
13. Duran-ish:
Do inglês arcaico e de origem germânica, -isch, também do grego iskós, era um
sufixo usado para formar diminutivos. Hoje em dia é muito comum acrescentar o
sufixo -ish nas palavras, principalmente nos adjetivos e nos números, para significar
“um tanto”, “mais ou menos”. Roger menciona que tinha “um tanto” de elementos
sonoros que lembravam o som do Duran. http://www.teclasap.com.br/o-que-ish-quer-dizer/
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