domingo, 6 de janeiro de 2013

On Tour With Duran: Love Is The Drug


 Na estrada com o Duran: o amor é a droga



A segurança no Aeroporto de Tóquio foi a experiência mais intensa de checagem de bagagens pela qual já passei. Eu sempre carregava comigo uma caixa plástica de ferramentas que era a minha caixinha de truques "estar preparada para quaisquer eventualidade". Então, se os garotos tivessem uma dor de cabeça, tosse, resfriado, garganta inflamada, probleminhas com cabelo, um dedo cortado, uma costura desfeita, um botão despregado, eu estaria pronta. Eles não precisavam somente estar lindos, eles precisavam sentir-se bem. Certo?

A caixa também servia como um kit de maquiagem de palco, base compacta Kanebo era uma favorita da empresa e eu também carregava todo o tipo necessidades habituais de maquiagem que você encontraria em qualquer bolsa de maquiagem decente.

Para os oficiais japoneses do aeroporto, eu era obviamente olhada como uma traficante de drogas. Esse era o canal perfeito para disfarçar e transportar drogas ilegais. Eles olharam cada item, pegaram, desenroscaram as tampas, cheiraram.

"O que é isso?" ele perguntou.

"São comprimidos para dor de cabeça".

O rótulo por si mesmo não era convincente o bastante.

"O que é ísso?"

"Xarope para tosse"

"O que é isso?" 

"Cola"

Sim, eu estava preparada para qualquer eventualidade e então isso continuou até eles terminarem minha coleção inteira e finalmente deixarem-me ir depois de muito cheirarem e experimentarem e fazerem mil perguntas, procurando por trejeitos que dessem sinais de estorinhas de traficante sob pressão. Se eu estivesse com todo o trejeito é porque todo mundo já havia saido da alfândega e estavam esperando por mim do outro lado.

Os japoneses tinham um código comportamental bastante rígido que era esperado que as fãs seguissem. Os shows eram com assentos e sob nenhuma circunstância aos fãs era permitido levantarem-se e muito menos invadirem corredores. A segurança local mantinha-se inflexivel quanto as regras. As fãs se seguravam, mas parecia que elas estavam prontar para explodir. O que de fato veio a acontecer depois do show, quando elas se reuniram em um grande número do lado de fora da segurança, esperando para vislumbrar os seus galãs.  

Foi decidido que eu deveria sair em uma limousine pra disfarçar, então a banda poderia fugir por outra saída. Um dos roadies me acompanhou na traseira da limousine e tão logo nós saimos da segurança, fomos atacados. A limosine tinha japonesinhas paradas em torno dela, gritando no tom mais agudo que você possa já ter ouvido. Pense em vampiros, pense em horror. Nós não podiamos mover dado o número de corpos e faces amassados em cada centimetro do veículo. Realmente perigoso para elas e eu não estava 100% segura também, foi realmente claustrofóbico. Elas não conseguiam se conter, elas queriam a carne do Duran. Elas estavam fora de controle, toda a dignidade japonesa foi deixada de lado e a histeria reinou. 

Sair pra comer fora no Japão era nosso passatempo favorito. Havia um restaurante em Tóquio que tinha assentos estilo bancada em torno de alguns chefs que cortavam o alimento a uma velocidade vertiginosa. Você tinha que prestar atenção por que quando seu pedido estivesse pronto, o chef pegava sua pá de madeira, não muito diferente em aparência de uma pá de neve com um cabo extra-longo, lançava pela sala a comida em sua direção com um grito kamikaze, o que significava que você tinha que pegar a comida rapidamente. Creio que ele dissesse o nome da comida, mas ele dizia com tal paixão e por eu desconhecer o idioma japonês, tinha um efeito muito dramatical. Não é a experiência gastronômica mais relaxante, mas muito divertido.

Compras era outro passatempo favorito. Nick em particular abraçou a oportunidade de comprar mercadorias eletrônicas e equipamentos a preço baixo, as roupas eram coloridas e bem cortadas, nós todos encontramos uma camiseta ou duas bem legais e os quimonos de seda eram presentes lindos para trazer na mala. Sim, nós amamos fazer compras.  Enquanto eu estava fazendo compras com Nick em Tóquio, trombamos com David Sylvian, lider do Japan, lá no Japão. Nós realmente presumimos que ele amasse o lugar. Nós também.

Amanda.
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Traduzido por Lu Spi
Texto original:


On Tour With Duran: Push Your Luck

Na estrada com o Duran: desafie sua sorte




Meu pai era um homem de apostas, assim como eram seu pai e seu avô. Então, quando meu irmão Michael hipotecou sua casa por 20 mil para financiar uma vaga como banda de abertura para o Duran na turnê da Hazel O'Connor parecia uma coisa perfeitamente certa e razoável a fazer. Foi uma aposta, não há dúvida sobre isso, não havia nenhum contrato de gravação a vista, não havia garantias.

Meus irmãos Paul e Michael eram proprietários e administradores de uma casa noturna de sucesso em Birmingham, chamado The Rum Runner. Meu pai tinha originalmente aberto o clube e cassino no início da década de 1960. Então, no final dos anos setenta, quando a discoteca estava no auge, o clube voltou a ser o lugar certo para frequentar.

No início eu não prestei muita atenção ao fato de meus irmãos estarem administrando/produzindo uma banda. Eu via os meninos no clube, a gente meio que se esbarrava. Nós éramos de mundos diferentes. Eu nunca havia conhecido uma banda antes! Eles poderiam muito bem ser alienígenas.

A turnê O'Connor acabou por ser um risco que valeu a pena ter corrido, a exposição garantiu um contrato com a gravadora EMI. O álbum de estréia chegou ao nº 3 nas paradas britânicas e Girls on Film chegou ao nº 5. Todo mundo saiu ganhando.

Meus irmãos me ofereceram um emprego na turnê britânica, que eu prontamente aceitei. Eu estava empregada como parte de uma equipe de merchandising, e quando eu digo equipe me refiro a duas pessoas, e por £ 70 por semana  eu também deveria, como Paul disse, "Manter os caras apresentáveis". Eu me diverti muito durante algumas semanas e eu ainda tive a oportunidade de dirigir um caminhão.

A Duran mania tinha começado. Com garotas gritando e chorando em todos os lugares que íamos, era impossível não comparar o Duran com os Beatles. Os meninos do Duran vendiam-se com toda sua inerente sagacidade e encanto como os Fab Four e isso funcionou com as fãs como um sonho.

No final da turnê a banda decolou para Deus sabe onde e eu me mudei para Londres, arrumei um apartamento para dividir e um trabalho como garçonete em Covent Garden. As semanas se passaram e uma noite recebi um telefonema no restaurante. Era Paul, "Você consegue estar pronta para voar para os EUA em três dias? O figurino está um caos. Precisamos de você para resolver isso".

Então eu me demiti do meu trabalho no restaurante na hora. A EMI me contratou com funcionária, a fim de obter um visto de forma rápida e organizada, e alguns dias depois peguei um táxi para o aeroporto de Heathrow para me encontrar com a banda e equipe. Embarcamos no avião e fomos para Nova York.

Na chegada, nos jogamos nas limousines e fomos para a cidade. Eu estava emocionada por estar embarcando nesta aventura e me lembro de me pendurar para fora da janela, olhando para os arranha-céus acima de nós, acenando para estranhos e gritando "Olá!" enquanto a limousine seguia. Os meninos me pediram para voltar para dentro da limousine e me comportar, o que fiz relutantemente, mas meu espírito queria gritar para o povo de Nova York: "Olhe para mim, eu amo meu trabalho".

Dito isto, os  requisitos do trabalho no dia-a-dia eram bastante mundanos. O nome do meu cargo era "garota do guarda-roupa", "supervisora de figurino" seria o termo politicamente correto utilizado nos dias de hoje. Essencialmente era um monte de lavar e passar roupas, eu visitei um monte de lavanderias, coisa bem rotineira, exceto por uma vez, quando estávamos em Detroit.

Era dia de lavar roupas e eu precisava encontrar uma lavanderia, então o hotel pediu um táxi para mim e instruiu o motorista para me levar lá. Nós dirigimos alguma distância, para um bairro na periferia da cidade, e ele me largou com meus dois sacos de roupa na calçada em frente à lavanderia. Eu acho que seria justo dizer que esta lavanderia não era geralmente frequentada por brancos (nota da tradutora: provavelmente em algum gueto barra pesada na periferia de Nova York, de maioria negra, onde brancos não eram bem-vindos. Pode parecer discriminatório a primeira vista, mas se ainda hoje nos EUA a questão étnica e o preconceito não estão bem resolvidos, e os "bairros negros" são considerados extremamente violentos, imaginem no início dos anos 80). Fiz uma pausa para considerar as minhas opções, mas o táxi já havia ido embora. Então, eu entrei e enchi as máquinas. Verifiquei a rua mais uma vez, sim, definitivamente, a única pessoa branca no quarteirão. Voltei para dentro, tentando não chamar a atenção, seria justo dizer que me senti completamente vulnerável naquele bairro.

Veja você, eu era de Solihull (nota da tradutora: cidade cerca de 15km ao sudeste de Birmigham). Para aqueles que não sabem de Solihull, deixem-me esclarecer. Era um pedaço da Inglaterra incrivelmente seguro, povoado pela classe média branca, cercado por um cinturão verde onde se podia passar o tempo. A única vez que me senti insegura foi no Waltzer (clique no link para ver o brinquedo) quando o parque de diversões veio para a cidade! 

Enquanto isso, em Detroit, eu tinha terminado, dobrado e empilhado as roupas em cinco pilhas individuais, me achando a Branca de Neve. Eu me aventurei de volta na rua, nenhum um táxi à vista. Nenhum telefone  público nem telefone celular. Eu fiquei como um limão ao lado da estrada, estava ficando tarde. A banda já deveria estar no local do show e eu deveria estar lá preparando suas roupas de palco para o show naquela noite, mas eu estava presa. Merda!

Tínhamos chegado de Nova York, onde tinham nos alertado para não usarmos o metrô de maneira alguma, dia ou noite, que estaríamos pedindo para ter problemas, não seria seguro. Havia uma boa chance de sermos assaltados e talvez esfaqueados ou até mesmo baleados.

Merda! Havia perigo em Detroit? Sim! Muito provavelmente! Merda!

Em seguida, me esgueirando até uma rua próxima, cruzando o bairro, vejo um carro da polícia vindo. Eu rapidamente desci da calçada para a rua, acenando freneticamente os braços e talvez até pulando. A polícia parou. Eu expliquei meu dilema para eles e eles gentilmente me deram uma carona até o local do show. Será que existe alguém mais aliviada ao ser pega pela polícia e transportada na parte traseira de um carro da polícia?

Às vezes faltavam algumas meias, você sabe como são as máquinas de lavanderia, elas comem meias. Uma vez sugeriram que eu poderia estar mantendo um negócio paralelo, vendendo meias e cuecas para as fãs. Eu certamente teria encontrado compradoras. É claro que também seria razoável supor que haviam sido esquecidas sob camas de hotel de vez em quando.

Amanda.

On Tour With Duran: Push Your Luck

Na estrada com o Duran: desafie sua sorte




Meu pai era um homem de apostas, assim como eram seu pai e seu avô. Então, quando meu irmão Michael hipotecou sua casa por 20 mil para financiar uma vaga como banda de abertura para o Duran na turnê da Hazel O'Connor parecia uma coisa perfeitamente certa e razoável a fazer. Foi uma aposta, não há dúvida sobre isso, não havia nenhum contrato de gravação a vista, não havia garantias.

Meus irmãos Paul e Michael eram proprietários e administradores de uma casa noturna de sucesso em Birmingham, chamado The Rum Runner. Meu pai tinha originalmente aberto o clube e cassino no início da década de 1960. Então, no final dos anos setenta, quando a discoteca estava no auge, o clube voltou a ser o lugar certo para frequentar.

No início eu não prestei muita atenção ao fato de meus irmãos estarem administrando/produzindo uma banda. Eu via os meninos no clube, a gente meio que se esbarrava. Nós éramos de mundos diferentes. Eu nunca havia conhecido uma banda antes! Eles poderiam muito bem ser alienígenas.

A turnê O'Connor acabou por ser um risco que valeu a pena ter corrido, a exposição garantiu um contrato com a gravadora EMI. O álbum de estréia chegou ao nº 3 nas paradas britânicas e Girls on Film chegou ao nº 5. Todo mundo saiu ganhando.

Meus irmãos me ofereceram um emprego na turnê britânica, que eu prontamente aceitei. Eu estava empregada como parte de uma equipe de merchandising, e quando eu digo equipe me refiro a duas pessoas, e por £ 70 por semana  eu também deveria, como Paul disse, "Manter os caras apresentáveis". Eu me diverti muito durante algumas semanas e eu ainda tive a oportunidade de dirigir um caminhão.

A Duran mania tinha começado. Com garotas gritando e chorando em todos os lugares que íamos, era impossível não comparar o Duran com os Beatles. Os meninos do Duran vendiam-se com toda sua inerente sagacidade e encanto como os Fab Four e isso funcionou com as fãs como um sonho.

No final da turnê a banda decolou para Deus sabe onde e eu me mudei para Londres, arrumei um apartamento para dividir e um trabalho como garçonete em Covent Garden. As semanas se passaram e uma noite recebi um telefonema no restaurante. Era Paul, "Você consegue estar pronta para voar para os EUA em três dias? O figurino está um caos. Precisamos de você para resolver isso".

Então eu me demiti do meu trabalho no restaurante na hora. A EMI me contratou com funcionária, a fim de obter um visto de forma rápida e organizada, e alguns dias depois peguei um táxi para o aeroporto de Heathrow para me encontrar com a banda e equipe. Embarcamos no avião e fomos para Nova York.

Na chegada, nos jogamos nas limousines e fomos para a cidade. Eu estava emocionada por estar embarcando nesta aventura e me lembro de me pendurar para fora da janela, olhando para os arranha-céus acima de nós, acenando para estranhos e gritando "Olá!" enquanto a limousine seguia. Os meninos me pediram para voltar para dentro da limousine e me comportar, o que fiz relutantemente, mas meu espírito queria gritar para o povo de Nova York: "Olhe para mim, eu amo meu trabalho".

Dito isto, os  requisitos do trabalho no dia-a-dia eram bastante mundanos. O nome do meu cargo era "garota do guarda-roupa", "supervisora de figurino" seria o termo politicamente correto utilizado nos dias de hoje. Essencialmente era um monte de lavar e passar roupas, eu visitei um monte de lavanderias, coisa bem rotineira, exceto por uma vez, quando estávamos em Detroit.

Era dia de lavar roupas e eu precisava encontrar uma lavanderia, então o hotel pediu um táxi para mim e instruiu o motorista para me levar lá. Nós dirigimos alguma distância, para um bairro na periferia da cidade, e ele me largou com meus dois sacos de roupa na calçada em frente à lavanderia. Eu acho que seria justo dizer que esta lavanderia não era geralmente frequentada por brancos (nota da tradutora: provavelmente em algum gueto barra pesada na periferia de Nova York, de maioria negra, onde brancos não eram bem-vindos. Pode parecer discriminatório a primeira vista, mas se ainda hoje nos EUA a questão étnica e o preconceito não estão bem resolvidos, e os "bairros negros" são considerados extremamente violentos, imaginem no início dos anos 80). Fiz uma pausa para considerar as minhas opções, mas o táxi já havia ido embora. Então, eu entrei e enchi as máquinas. Verifiquei a rua mais uma vez, sim, definitivamente, a única pessoa branca no quarteirão. Voltei para dentro, tentando não chamar a atenção, seria justo dizer que me senti completamente vulnerável naquele bairro.

Veja você, eu era de Solihull (nota da tradutora: cidade cerca de 15km ao sudeste de Birmigham). Para aqueles que não sabem de Solihull, deixem-me esclarecer. Era um pedaço da Inglaterra incrivelmente seguro, povoado pela classe média branca, cercado por um cinturão verde onde se podia passar o tempo. A única vez que me senti insegura foi no Waltzer (clique no link para ver o brinquedo) quando o parque de diversões veio para a cidade! 

Enquanto isso, em Detroit, eu tinha terminado, dobrado e empilhado as roupas em cinco pilhas individuais, me achando a Branca de Neve. Eu me aventurei de volta na rua, nenhum um táxi à vista. Nenhum telefone  público nem telefone celular. Eu fiquei como um limão ao lado da estrada, estava ficando tarde. A banda já deveria estar no local do show e eu deveria estar lá preparando suas roupas de palco para o show naquela noite, mas eu estava presa. Merda!

Tínhamos chegado de Nova York, onde tinham nos alertado para não usarmos o metrô de maneira alguma, dia ou noite, que estaríamos pedindo para ter problemas, não seria seguro. Havia uma boa chance de sermos assaltados e talvez esfaqueados ou até mesmo baleados.

Merda! Havia perigo em Detroit? Sim! Muito provavelmente! Merda!

Em seguida, me esgueirando até uma rua próxima, cruzando o bairro, vejo um carro da polícia vindo. Eu rapidamente desci da calçada para a rua, acenando freneticamente os braços e talvez até pulando. A polícia parou. Eu expliquei meu dilema para eles e eles gentilmente me deram uma carona até o local do show. Será que existe alguém mais aliviada ao ser pega pela polícia e transportada na parte traseira de um carro da polícia?

Às vezes faltavam algumas meias, você sabe como são as máquinas de lavanderia, elas comem meias. Uma vez sugeriram que eu poderia estar mantendo um negócio paralelo, vendendo meias e cuecas para as fãs. Eu certamente teria encontrado compradoras. É claro que também seria razoável supor que haviam sido esquecidas sob camas de hotel de vez em quando.

Amanda.

On Tour With Duran: Video Killed The Radio Star

Na estrada com o Duran: o vídeo matou as estrelas do rádio



Foi meu irmão, Paul Berrow, quem teve a idéia de o Duran Duran ir para o Sri Lanka por uma semana fazer vídeos. Ele  esteve lá antes, explorando o que era uma parte intocada e bela do mundo. Ele voltou com uma visão que deixou todo mundo entusiasmado. 

Quando aterrissamos no aeroporto de Colombo ficamos impressionados com o quão incrivelmente quente era. Então nos empilhados em um micro-ônibus e ficou ainda mais quente, sem ar condicionado disponível, nos sentamos e "cozinhamos" em nosso caminho para o sul da ilha. As horas passaram sem alívio. Naquele momento, para alguns dos nossos companheiros de viagem, aquela deve ter parecido a pior idéia da história do pop. A viagem foi um "suador" e ficamos contentes por finalmente chegar ao Hotel New Oriental em Galle. 

Deram-me um quarto no jardim, absolutamente encantador, ao lado da piscina. No entanto, mais tarde naquela noite, quando resolvi ir para a cama, eu encontrei cocô no meu piso. Eu, naturalmente, reclamei. Um funcionário do hotel veio ao meu quarto para ver o cocô e me garantiu que aquele cocô em particular era uma coisa boa, porque era cocô de mangusto, e mangustos comem cobras. Assim, eu estaria  segura no meu quarto do jardim com meu mangusto. 


"Eu não penso assim, eu quero outro quarto", eu disse. 

"Não há quartos", disse ele. 

Então eu disse: "Bem, então eu vou dormir no quarto dos meus, irmãos, Sr. Michael Berrow, ele tem um quarto no prédio principal, por favor, pegue a chave e me leve até lá".

Andamos pelo hotel até a recepção, passando por Russell Mulcahy e Eric Fellner que estavam tendo uma reunião de última hora sobre a produção das filmagens do dia seguinte. 

"Há um mangusto no meu quarto", expliquei a eles enquanto passava. "Cocô no chão". 

Eles tinham seu próprio drama a considerar, filmando três vídeos em uma semana, Save A Prayer, Hungry Like The Wolf e Lonely In Your Nightmare. Eles trabalhariam em condições difíceis, selvas e rios, e ainda havia os elefantes. 

O adorável homem do Sri Lanka me levou à porta do quarto dos meus irmãos e cuidadosamente virou a chave, sorrindo e balançando a cabeça de um lado para o outro, provavelmente pensando que eu era uma ocidental louca e neurótica, que estava tendo uma reação totalmente exagerada por causa de um pouco de cocô no chão. O que, pensando bem, era a mais pura verdade. 

Fui tateando meu caminho através do quarto escuro até a  cama do meu irmão e deitei com ele. 

Ele pareceu razoavelmente assustado e disse, com algum pânico "O que está acontecendo?". 

"Tem um mangusto no meu quarto, e possivelmente cobras,  eu vou dormir com você". 

Ele se virou e voltou a dormir em seguida. 

Eles me conseguiram um outro quarto pela manhã. 

Mais tarde naquela semana, na noite anterior ao início das filmagens de Hungry Like The Wolf, Simon decidiu que gostaria de ter algumas mechas/luzes em seu cabelo. Havia uma cabelereira e maquiadora à mão, então eles foram adiante. Mais tarde naquela noite eu recebi a visita de um Simon em pânico, explicando que eu tinha que encontrar uma tintura de cabelo o mais cedo possível para dar uma escurecida no loiro. Ele agora tinha na cabeça um cabelo amarelo. Nada bom. Nada bom mesmo. 

Então, eu estava acordada e na rua caçando a tal tinta, na primeira hora da manhã, o que rapidamente transformou-se em uma tarefa difícil. Passei a manhã indo de lojas em ruínas a tendas do fraco mercado. Parecia uma missão impossível. Estávamos em um país onde todo mundo tinha cabelo preto e eu precisava de loiro escuro. Eles não estocavam produtos ocidentais na época, não onde estávamos. Eventualmente eu encontrei uma caixa perdida de henna marrom e com gratidão me conformei com essa opção. Enquanto isso, a gravação do vídeo ia adiante como planejado, eles filmaram a manhã toda no mercado e Simon usava um chapéu com seu loiro brilhante irradiando por baixo. No resto do vídeo de Hungry Like The Wolf você vai notar que ele ostenta um tom de henna marrom. 

A MTV levou o vídeo para o seu coração e apresentou o Duran Duran para o povo americano. Não tinha como voltar atrás. Dominação global era para eles, se eles quisessem, e eles queriam isso mais que tudo. Eles trabalharam duro e tocaram mais duro ainda. Já foi dito muitas vezes, por muitas pessoas, que sem os vídeos a banda não atingiria o sucesso como estrelas pop internacionais. Embora esta afirmação  carregue uma certa verdade, eu sempre senti que a usavam meio que como para desmerecer sua credibilidade como banda. A combinação desses cinco meninos, cada um deles com sua própria voz muito distinta, veio para criar a perfeição pop. Uma grande estratégia de marketing pode ajudar qualquer produto ter sucesso a curto prazo mas, se o produto básico não é bom, não vai durar. 

Hungry Like the Wolf ganhou o Prêmio Grammy de Melhor Curta de Música no 26º Grammy, sendo o primeiro vídeo a ganhar esse prêmio. Então lá vamos nós, acabou sendo uma idéia sensacional. 

No momento em que deixamos o Sri Lanka eu estava pronta para voltar novamente e isso foi exatamente o que alguns de nós fizemos. Quando tivemos quatro merecidas semanas de descanso no meio da tournê, decolamos de volta para  a praia de Unawatuna e entregamos nossas almas ao paraíso.  

Amanda. 
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Traduzido por Ale Trindade

Texto original:http://amandaberrow.wordpress.com/2012/07/15/on-tour-with-duran-video-killed-the-radio-star/







On Tour With Duran: Video Killed The Radio Star

Na estrada com o Duran: o vídeo matou as estrelas do rádio



Foi meu irmão, Paul Berrow, quem teve a idéia de o Duran Duran ir para o Sri Lanka por uma semana fazer vídeos. Ele  esteve lá antes, explorando o que era uma parte intocada e bela do mundo. Ele voltou com uma visão que deixou todo mundo entusiasmado. 

Quando aterrissamos no aeroporto de Colombo ficamos impressionados com o quão incrivelmente quente era. Então nos empilhados em um micro-ônibus e ficou ainda mais quente, sem ar condicionado disponível, nos sentamos e "cozinhamos" em nosso caminho para o sul da ilha. As horas passaram sem alívio. Naquele momento, para alguns dos nossos companheiros de viagem, aquela deve ter parecido a pior idéia da história do pop. A viagem foi um "suador" e ficamos contentes por finalmente chegar ao Hotel New Oriental em Galle. 

Deram-me um quarto no jardim, absolutamente encantador, ao lado da piscina. No entanto, mais tarde naquela noite, quando resolvi ir para a cama, eu encontrei cocô no meu piso. Eu, naturalmente, reclamei. Um funcionário do hotel veio ao meu quarto para ver o cocô e me garantiu que aquele cocô em particular era uma coisa boa, porque era cocô de mangusto, e mangustos comem cobras. Assim, eu estaria  segura no meu quarto do jardim com meu mangusto. 


"Eu não penso assim, eu quero outro quarto", eu disse. 

"Não há quartos", disse ele. 

Então eu disse: "Bem, então eu vou dormir no quarto dos meus, irmãos, Sr. Michael Berrow, ele tem um quarto no prédio principal, por favor, pegue a chave e me leve até lá".

Andamos pelo hotel até a recepção, passando por Russell Mulcahy e Eric Fellner que estavam tendo uma reunião de última hora sobre a produção das filmagens do dia seguinte. 

"Há um mangusto no meu quarto", expliquei a eles enquanto passava. "Cocô no chão". 

Eles tinham seu próprio drama a considerar, filmando três vídeos em uma semana, Save A Prayer, Hungry Like The Wolf e Lonely In Your Nightmare. Eles trabalhariam em condições difíceis, selvas e rios, e ainda havia os elefantes. 

O adorável homem do Sri Lanka me levou à porta do quarto dos meus irmãos e cuidadosamente virou a chave, sorrindo e balançando a cabeça de um lado para o outro, provavelmente pensando que eu era uma ocidental louca e neurótica, que estava tendo uma reação totalmente exagerada por causa de um pouco de cocô no chão. O que, pensando bem, era a mais pura verdade. 

Fui tateando meu caminho através do quarto escuro até a  cama do meu irmão e deitei com ele. 

Ele pareceu razoavelmente assustado e disse, com algum pânico "O que está acontecendo?". 

"Tem um mangusto no meu quarto, e possivelmente cobras,  eu vou dormir com você". 

Ele se virou e voltou a dormir em seguida. 

Eles me conseguiram um outro quarto pela manhã. 

Mais tarde naquela semana, na noite anterior ao início das filmagens de Hungry Like The Wolf, Simon decidiu que gostaria de ter algumas mechas/luzes em seu cabelo. Havia uma cabelereira e maquiadora à mão, então eles foram adiante. Mais tarde naquela noite eu recebi a visita de um Simon em pânico, explicando que eu tinha que encontrar uma tintura de cabelo o mais cedo possível para dar uma escurecida no loiro. Ele agora tinha na cabeça um cabelo amarelo. Nada bom. Nada bom mesmo. 

Então, eu estava acordada e na rua caçando a tal tinta, na primeira hora da manhã, o que rapidamente transformou-se em uma tarefa difícil. Passei a manhã indo de lojas em ruínas a tendas do fraco mercado. Parecia uma missão impossível. Estávamos em um país onde todo mundo tinha cabelo preto e eu precisava de loiro escuro. Eles não estocavam produtos ocidentais na época, não onde estávamos. Eventualmente eu encontrei uma caixa perdida de henna marrom e com gratidão me conformei com essa opção. Enquanto isso, a gravação do vídeo ia adiante como planejado, eles filmaram a manhã toda no mercado e Simon usava um chapéu com seu loiro brilhante irradiando por baixo. No resto do vídeo de Hungry Like The Wolf você vai notar que ele ostenta um tom de henna marrom. 

A MTV levou o vídeo para o seu coração e apresentou o Duran Duran para o povo americano. Não tinha como voltar atrás. Dominação global era para eles, se eles quisessem, e eles queriam isso mais que tudo. Eles trabalharam duro e tocaram mais duro ainda. Já foi dito muitas vezes, por muitas pessoas, que sem os vídeos a banda não atingiria o sucesso como estrelas pop internacionais. Embora esta afirmação  carregue uma certa verdade, eu sempre senti que a usavam meio que como para desmerecer sua credibilidade como banda. A combinação desses cinco meninos, cada um deles com sua própria voz muito distinta, veio para criar a perfeição pop. Uma grande estratégia de marketing pode ajudar qualquer produto ter sucesso a curto prazo mas, se o produto básico não é bom, não vai durar. 

Hungry Like the Wolf ganhou o Prêmio Grammy de Melhor Curta de Música no 26º Grammy, sendo o primeiro vídeo a ganhar esse prêmio. Então lá vamos nós, acabou sendo uma idéia sensacional. 

No momento em que deixamos o Sri Lanka eu estava pronta para voltar novamente e isso foi exatamente o que alguns de nós fizemos. Quando tivemos quatro merecidas semanas de descanso no meio da tournê, decolamos de volta para  a praia de Unawatuna e entregamos nossas almas ao paraíso.  

Amanda. 
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Traduzido por Ale Trindade

Texto original:http://amandaberrow.wordpress.com/2012/07/15/on-tour-with-duran-video-killed-the-radio-star/







segunda-feira, 19 de novembro de 2012

28 de março de 2012 - Simom W. - Perth

FOTO DA CIDADE DE PERTH
Depois de uma difícil agenda de viagem pela Ásia, foi bom chegar na Austrália e ter um pouco de tempo para recuperar -se entre os show. Com exceção de Melbourne (onde o público foi fantástico!) Perth está sendo minha favorita de longe (alguns fatos "interessantes": Perth é a segunda capital mais isolada do mundo e também a mais ensolarada!) Não só foi a maior show que fizemos nesta viagem, mas também foi marcado pela beleza do arredores do estádio de Sandalford em Swan Valley. Já parei de preocupar-me com aranhas venenosas andando dentro do meu saxofone e da alta atividade de mosquitos, eu relaxei e curti a atmosfera do momento. O show começa bem até que alguém plugou algo poderoso dentro de algo não tão poderoso e a mesa de iluminação explodiu. Isto nos conduziu ao imprevisto e uma canção extra foi incluída - a escuridão é normal para "Careless Memories" - seguido por um curto intervalo enquanto eles tentavam arrumar as luzes. Obrigado por alguém pensar rápido e improvisar diante do público, o show reiniciou e prosseguiu com os telões e luzes limitados. De volta ao palco, os problemas foram esquecidos e o show terminou com uma explosão (boa desta vez!).
FOTO DO SHOW EM SANDALFORD EM SWAN VALLEY Isto prova que as melhores experiências não precisam necessariamente transcorrer tudo bem! Próxima parada - Sydney, Austrália e depois ir para casa por algumas semanas antes de irmos para a América do Sul! PS: Estas fotos são da viagem de barco que eu, Simon e alguns membros da equipe fizemos em Perth, alguns dias antes do show. Nós velejamos até Hilarys, há três horas da costa até Fremantle, paramos para o almoço em um iate clube e depois velejamos de volta. Ótimo dia de folga!
TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ