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quinta-feira, 19 de junho de 2014

COMO FOI PRODUZIDA A CAPA DA AUTOBIOGRAFIA DE JOHN TAYLOR

TEXTO ORIGINAL: http://www.punkmasters.com/pleasuregroove.html

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ


Passei uma boa parte desta última primavera / verão trabalhando na capa e no design interno da autobiografia de John Taylor. Como em qualquer projeto de design, incluindo os meus próprios para as camisetas, muitas ideias são descartadas, algumas ficam, outros não, mas, eventualmente, o processo até chegar a arte final. Em comemoração ao lançamento do livro, John e eu pensamos que seria divertido compartilhar algumas das outras ideias que tivemos para a capa até chegarmos à versão final (s).


Abaixo estão às versões finais para a edição do Reino Unido / Austrália e a edição norte-americana. Por que duas capas diferentes? Bem, existem duas editoras diferentes, e simplesmente sucederam-se por necessidades diferentes no tipo de hierarquia.


                 versão do Reino Unido e Austrália                                 versão da América do Norte


Nós começamos o processo de design em meados de fevereiro, e no primeiro 'esboço' de ideias usamos esta foto fantástica feita pelo Stephanie Pistel. Isso me permitiu elaborar o projeto a partir de um ponto, no entanto, foi decidido que queríamos uma sessão de fotos, que fariam parte de uma nova série de fotos específicas para o livro. Particularmente, gostei muito desta foto, e, felizmente, ela tem sido usada para a publicidade. 
Além disso, essa foto estabeleceu o tema da cor. A partir disso, sabíamos que queríamos o vermelho, amamos como ele se destacou e chamou sua atenção, e, claro, a natureza impressionante que contrasta com o preto e branco foram perfeitas ... Vermelho, preto e branco... . John Taylor... Duran Duran... bem, é mais do que apropriado!




Em abril uma sessão de fotos foi organizada em Los Angeles com a fotógrafa Kristin Burns, a qual rendeu boas fotos. Uma ideia a qual tive, que persistia desde o início foi o Steve Jobs-esque "close-up”... Mas, você sabe, com vermelho brilhante! 

Pelo fato de estar muito evidente, eu quis o título semitransparente sobre seu rosto, não há espaço para sutileza aqui! Recordo-me profundamente, que enquanto trabalhava, sabia que esta capa não ia ser usada, mas como parte do processo ainda é preciso trabalhar nela para chegar ao que queremos.






Havia esta cadeira vermelha no estúdio que eu estava um pouco obcecada e senti que poderia ser perfeita para a capa. Com se mostrou, embora seja legal, oferece o toque de vermelho em uma forma interessante, depois de vê-lo no contexto, pensei que esta seria uma ótima capa de livro caso fosse para um designer de móveis ou arquiteto, mas talvez um pouco demais para John!










Neste momento já estamos mais próximos do nosso conceito final com alguns itens fotográficos mais decisivos (a pergunta que ainda permanece é: será que continuaremos com as cores ou o preto e branco, na foto?) A propósito, o conceito de textura da pintura foi inspirada na obra do artista Egon Schiele, quem John é um grande fã e queria trazer aquele tipo de energia para a capa, a qual pensei que seria ótimo.






















            Auto-retrato de Egon Schiele                                                     Egon Schiele
        com a mão esquerda levantada                                               "A Standing Man"
                   de Eduard Kismack 







Devem-se buscar todos os ângulos embora.. a predominância do branco ao fundo como o 'pop' da cor. Você já reparou, especialmente nos últimos tempos, uma série de capas para biografias e autobiografias usam uma foto em preto e branco com talvez um toque de cor? 



Nada de errado com isso, eu sou uma grande fã de design simples, limpo, mas isso não me parece ser a direção para qual quero ir referente à capa de John.








Quase lá...  Essa foto foi na verdade a primeira a qual me agradou (enquanto já estávamos próximos de cerca de 500 fotos!), Eu sempre voltava a ela. Ela destacou-se desde o início entre todas, tinha a sensação de que ia ser 'A Foto', mas ainda precisava explorar outras opções. No entanto, quanto mais eu continuei usando essa foto, em cores e em preto e branco, nós sabíamos que tínhamos tudo o que estávamos procurando.

Agora era só uma questão de conseguir a combinação perfeita, assim que percebemos rapidamente que a versão em preto e branco era a opção mais óbvia para a capa, especialmente quando combinado com o fundo vermelho. Uma das últimas decisões era manter o fundo vermelho em oposição a ter a textura da pintura. Percebemos que com o brilho e o fosco eram o acabamento que estávamos usando na versão impressa final, a textura era desnecessária.





E, finalmente, a equipe que ajudou a tornar a sessão de fotos grandiosa, um dia tão divertido o qual rendeu uma fantástica foto de capa!


Leila Baboi, Patty Palazzo, Garoto da Capa, Roxy Saffaie, Kristin Burns e Ashley Poole



Agradecimentos a Punk Masters por Patty Palazzo quem nos permitiu a publicação desta matéria traduzida do inglês para o português do Brasil e fotos no blog Barbarella Duran.

Thanks to Patty Palazzo by Punk Master who allowed us publishing this English article translated to Brazilian portuguese and pictures on Barbarella Duran blog.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Minha jornada pela recuperação: uma história pessoal

TRADUÇÃO:  DIANA DA CRUZ


Por John Taylor

Fenômeno da música e autor de In The Pleasure Groove, John Taylor passou pelos excessos do sucesso, da solidão e a depressão, por meio dos difíceis caminhos da recuperação, para a alegria de construir relacionamentos com a família e amigos.

Para adquirir o artigo original, vá para o final desta página.



Eu sou um alcoólatra. Um viciado em drogas. Eu não conseguia controlar meu uso de  álcool ou drogas, o que levou-me a comportamentos os quais jamais teria tido se eu estivesse sóbrio. Há 19 anos, me internei em uma clínica de reabilitação. Passei 30 dias lá, os quais mudaram a minha vida.

Com base nesta experiência, eu acredito na reabilitação. Eu acredito que é possível dar a volta por cima através da reabilitação. Uma vida que antes parecia uma espiral fora de controle pode ser vivida de forma útil e bem-sucedida livre das drogas e sem o álcool.
 Isto aconteceu na reabilitação, a qual fui apresentado pela primeira vez ao programa: “12 step” dos Alcoólicos Anônimos.
  
O alcoolismo é uma doença também espiritual. Eu acredito que é uma forma de disfunção genética, por isso que alguns de nós podemos parar depois de uma bebida e outros não param depois de 20 doses. Se isso é verdade ou não, não tem importância. O importante é acreditar na ideia. A bebida deixa todos fora do eixo, seja por uma coisa ou outra, tudo e todos os problemas os quais você já culpou em toda sua vida. Essa é a sacada.
Mas isso não significa que você não é responsável por suas ações daqui em diante, a partir do momento que você descobre a recuperação. Pelo contrário.
A maioria de nós que acaba em programas de 12 step  não está  lá porque nossas vidas estão funcionando. Na maioria das vezes é porque, a vida está desabando ao nosso redor. Sem trabalho e desempregado, a família dificilmente fala sobre isso, falta de saúde... Esse é o momento perfeito para entrar em um programa de 12-step.  É o chamado de desespero.
E aqui está outra coisa sobre o alcoolismo: é uma doença de oportunidades iguais. Ele vai derrubar advogados e jogadores de futebol, os veteranos e operários, ricos e pobres. Não reconhece etnia, nem idade, e não tem filiação política.
Mas chegar a esse lugar de reconhecimento... Eu tenho um problema com o álcool, eu tenho um problema com drogas... Uma vez lá, eu estava pronto para ser ajudado. Estava tudo certo para mim: eu poderia assinar um cheque. Mas, esse não é o caso para a maioria das pessoas neste país que querem ajuda neste momento.


COMO PODEMOS AJUDAR OS OUTROS A CONSEGUIR A  RECUPERAÇÃO?

Se o governo pode intervir e ajudar mais pessoas que estão à beira do abismo e em tratamento, essa ajuda será o maior presente que se pode dar a elas. Porque se essa pessoa permanece sóbria - é fato, e reconheço que...  Nem todo mundo que entra na reabilitação fica limpo, mas muitos sim - a pessoa estará dando retorno à comunidade pelo resto de sua vida.  

Tornam-se os cidadãos ideais, em vez de serem os maus elementos como o governo afirma.
Como ajudar a levá-los lá? Eu gostaria de ver na minha vida um programa nacional para informar a todos os doutores sobre os números do sucesso desse programa de 12 step, então a base deste tratamento poderia ser uma alternativa para os alcoólatras e usuários de drogas. Tais grupos de ajuda mútua foram aprovados pela Organização Mundial de Saúde
Eu gostaria de ver a distribuição de panfletos e materiais sobre o AA e o programa 12-step nos consultórios médicos, clínicas e hospitais. Para os infratores mais jovens poderiam ser oferecidos tratamento contra as drogas e álcool em vez de prisão. Tribunais para dependentes químicos estão provando sucesso do oeste de Londres para os EUA.



SUPORTE PARA AS CARREIRAS NA ÁREA DE ACONSELHAMENTO EM RECUPERAÇÃO
  
As carreiras nas áreas de aconselhamento para os viciados em álcool e drogas deveriam ser incentivadas.  Há cursos disponíveis na Universidade de Bath e na Universidade de South Bank. Muitos ex-viciados em drogas e álcool estão focando na área de aconselhamento, mas atualmente a maioria das pessoas considera isso como um diploma o qual não seria oferecido. Esta é uma escolha de carreira para pessoas experientes. Não é um trabalho para um inexperiente de 18 anos de idade. Queremos homens e mulheres na faixa dos 40 os quais queiram atuar nesta área - mas para um adulto se inscrever neste curso custa caro. Talvez um meio viável fosse o financiamento por meio de  bolsas de estudo, a qual o governo pudesse ajudar ?


APOIO APÓS TRATAMENTO
No meu caso, 30 dias em estadia no tratamento residencial foi o suficiente, mas muitos de nós precisamos de mais. E é significativo reconhecer que, a fim de manter a abstinência, os pacientes devem seguir o seu tratamento de reabilitação com um programa de apoio de assistência contínua - às vezes visto no curso "Trabalhando os 12 step" –  mesmo após a saída do estabelecimento. A recuperação de um viciado em drogas ou álcool nunca se finda, ele ou ela nunca está completamente 'recuperado' só porque eles completaram a experiência da reabilitação.
De acordo com a fórmula comprovada dos programas de 12 step para drogas e álcool, a abstinência deve ser praticada "um dia de cada vez”. Isso pode ser feito com sucesso apenas com apoio contínuo, reuniões e 'patrocínio' (aspecto de orientação do programa).
Para algumas pessoas, isso pode ser acompanhado de modo mais formal, estrutura terapêutica ou cuidados prolongados pós-tratamento que ligam processo de mudança de terapia nos pacientes ao seu processo de mudança nos grupos de ajuda mútua. Tratamento residencial não é gratuito nem barato, mas "pós-tratamento", tal como existe na comunidade de 12 step é gratuito.
Seja qual for o custo para inserir um indivíduo por meio de um plano de tratamento residencial, acredito que essas despesas venham a valer a pena. Certamente, elas custam bem menos em comparação com a despesa de apoiar por toda a vida alguém com dependência química ou problemas com o álcool: de baixa ou nenhuma renda, a falta no Sistema Nacional de Saúde os quais apresentam problemas contínuos, policiamento, tribunal e prisão por crime e violência familiar.


RETRIBUINDO PARA A SOCIEDADE
  
Evidências sugerem que o maior número de indivíduos que vivem sóbrios em programas de 12 step é capaz de ganhar acima da média nacional, e como membros de sua comunidade se oferecem a serviço de outros viciados e alcoólatras que têm menos "tempo" do que eles. Eles dão o retorno, a fim de manter a sua própria abstinência, ajudando assim o sistema que os ajudou.

Reabilitação nem sempre é necessário. O AA tem grande quantidade de seus membros diretamente das ruas. Mas cada vez mais, eu ouço a gratidão de pessoas que dizem que, sem entrar em reabilitação, mesmo com aqueles 30 dias, eles não estariam vivos hoje, e muito menos vivendo, prosperando, sendo membros úteis para a sociedade.

Quando uma pessoa com um problema sério precisa ser retirada de circulação, quer e está pronta para, ficar longe de casa, dos clubes, do supermercado e de todo o resto, a reabilitação é a melhor opção. Hoje, as clínicas estão mais fechando do que se abrindo. Apenas cerca de 2% dos consumidores problemáticos de droga "no sistema" estão autorizados a entrar em reabilitação. Dos mais de R $ 1 bilhão de libras gastos em luta contra as drogas a cada ano apenas 2-3% é gasto em reabilitação.
Ao invés de clínicas de reabilitações serem obrigadas a fechar, deveria haver uma expansão dos serviços, incluindo o desenvolvimento de instalações residenciais especializados para os jovens.
Qualquer um que tenha o discernimento para compreender e aceitar o seu problema, com o álcool ou as drogas e que não podem resolver por si mesmos, devem ser encorajados a procurar ajuda - ou seja, o tratamento – e o governo deveria estar preparado para ajudar.  As palavras estão lá na Política de Drogas 2010; a implementação deve seguir de acordo com as promessas.
Meu pensamento é que esta é uma situação semelhante à do mundo do ensino superior, que já foi um privilégio disponível apenas para poucos. Depois da guerra, percebemos que todos os membros da nossa sociedade são tão importantes quanto o outro e um plano foi posto em prática, que mudou a vida de milhões de pessoas para o bem.
 A psicologia, ou seja, a educação em saber quem somos e porque fazemos o que fazemos como parte de um plano de tratamento dos 12  step – oferecido atualmente neste país somente para poucos - é extraordinária. E um dia eu gostaria de vê-lo ser oferecido a todos os que querem.


 COMO OBTER ESTE ARTIGO SOBRE JOHN

Fãs do Duran Duran podem receber uma cópia da brilhante revista  Intervene  com o artigo de John Taylor a um preço com desconto de £ 5, incluindo postagem e embalagem: clique aqui here .

A versão digital da revista Intervene estará disponível no final deste mês, por  £ 3,99.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

TRECHO DA ENTREVISTA COM O ESCRITOR TOM SYKES NO FAN COMMUNITY

TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/2013/written-qa-fan-community-excerpt/

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ




Todos os meses, a Fan Community apresenta um Q&A (perguntas e respostas) com alguém notável. No mês passado, Tom Sykes, coautor do livro “In the Pleasure Groove” sentou-se para uma entrevista. Você pode ler um trecho abaixo:


Tom Sykes coautor do livro In The Pleasure Groove



Nossos leitores não sabem exatamente o que você faz na verdade, quando trabalha com alguém como John - você pode nos explicar?

Foi muito interessante trabalhar com John, porque foi completamente diferente de como eu havia imaginado. Pensei que iria gravar uma fita com John contando sobre sua vida, e em seguida, escrever um relato, mas ele tinha ideias muito diferentes. Ele escreveu muito do material e então eu o ajudei a editar. Às vezes, havia lugares que ele não havia ido, então se tornou meu trabalho dizer: "Olha, John, você precisa realmente escrever sobre X, Y ou Z.”.


Como é a rotina quando está trabalhando com um autor que é uma celebridade?

Por vezes, eu ia e ficava por uma semana ou dez dias, plugávamos o meu laptop em uma tela gigante na sala de jantar de John, e também dois teclados conectados ao sistema. Então, às vezes, discutíamos sobre como certas partes seriam redigidas, eu escreveria e JT apagaria!
John disse que por muitas vezes viu minha função como sendo análoga a de um produtor durante a gravação de um álbum. Às vezes, as discussões esquentaram, mas ele também foi fantástico e divertido. Quando precisávamos de uma pausa íamos dar um volta de bicicleta - muito rock and roll. No final do dia, a colaboração funcionou porque nos respeitávamos.

Tornamos-nos amigos. Acho que isso mostra a confiança de John em seu trabalho e sua integridade, ele tem se mostrado feliz publicamente quando se refere a mim como sendo alguém quem o ajudou no processo de escrita do livro.


Qual foi a sua impressão sobre ele? Você acha que ele seria um bom contador de histórias?

As primeiras impressões de John foram de que ele foi direto e honesto. Eu acho que seria difícil trabalhar com alguém que não estivesse completamente neste nível. De alguma forma, acho que todos os músicos são contadores de histórias  - quando você está escrevendo uma história o que você está tentando realmente encontrar é a batida certa, o ritmo que sustenta e define a narrativa.






** IN THE PLEASURE GROOVE está disponível no formato brochura  no Reino Unido. 
Você pode comprá-lo aqui:






terça-feira, 24 de setembro de 2013

TEXTO ORIGINAL: http://www.songlyrics.com/duran-duran/buried-in-the-sand-lyrics/

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ



Nick Rhodes menciona no prefácio da nova edição de In the Pleasure Groove: Love, Death and Duran Duran, que havia escrito a canção Buried in The Sand do álbum Medazzaland, referindo-se a difícil conversa que John e ele tiveram ao telefone na época.

Abaixo a tradução da letra da música:


Soterrado na Areia

Não posso dizer que fiquei surpreso
Quando você rompeu  os laços
Os quais estavam pendurados por um fio

Mas agora  percebi
Que não poderia ser o mesmo
Porque tudo mudou

 Eu ainda estendi minha mão
Tentei puxá-lo de volta
Mas você estava soterrado na areia

Fico feliz que  veio
Porém, a nossa viagem termina aqui
Digo adeus a você

Meu  queridíssimo amigo ...

Você estava soterrado na areia ....

Semi-soterrado na areia

TEXTO ORIGINAL: http://www.songlyrics.com/duran-duran/buried-in-the-sand-lyrics/

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ



Nick Rhodes menciona no prefácio da nova edição de In the Pleasure Groove: Love, Death and Duran Duran, que havia escrito a canção Buried in The Sand do álbum Medazzaland, referindo-se a difícil conversa que John e ele tiveram ao telefone na época.

Abaixo a tradução da letra da música:


Soterrado na Areia

Não posso dizer que fiquei surpreso
Quando você rompeu  os laços
Os quais estavam pendurados por um fio

Mas agora  percebi
Que não poderia ser o mesmo
Porque tudo mudou

 Eu ainda estendi minha mão
Tentei puxá-lo de volta
Mas você estava soterrado na areia

Fico feliz que  veio
Porém, a nossa viagem termina aqui
Digo adeus a você

Meu  queridíssimo amigo ...

Você estava soterrado na areia ....

Semi-soterrado na areia

Tradução do prefácio escrito por Nick Rhodes

TEXTO ORIGINAL: http://www.penguin.ca/nf/Book/BookDisplay/0,,9780142196946,00.html?sym=EXC

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ



Em comemoração ao lançamento da nova edição do livro In the pleasure groove: Love, death and Duran Duran, com o prefácio escrito por Nick Rhodes, o texto encontra-se aqui traduzido.



INTRODUÇÃO: 


Hoje, eu me sinto confortável em admitir que estava um pouco nervoso quando John Taylor formou uma banda antes de eu ter deixado a escola. Você vê, nós nos conhecemos quando eu tinha dez anos e ele doze -  ambos filhos únicos, que viviam no bairro de Hollywood, nós rapidamente nos adotamos como irmãos, então sempre imaginei que faríamos isso juntos. Felizmente para mim , o seu primeiro grupo, Shock Treatment, não tinha passado por mais de uma temporada. Seguido brevemente pela banda The Assassins, e , em seguida, Dada, apesar de um nome tão gloriosamente pretensioso, foram destinados rapidamente para a obscuridade na cena musical de Birmingham pós-punk. Pessoalmente sou grato pelos primeiros reveses de John.

Em 1978, por meio da correção impecável, tudo se encaixou: revertemos ao nosso plano original e partimos em uma missão para realizar nossos sonhos de infância . Alimentada pelo poder desenfreado da ingenuidade e ambição, formamos o Duran Duran versão 1.0. Deste momento em diante, estávamos a bordo em uma mão-única, uma montanha-russa sem freio, que viajava muito rápida.

Eu não costumo refletir sobre o passado, porque estamos sempre muito ocupados tentando inventar o nosso futuro, mas parece estranho, se eu olhar por cima do ombro por um momento, o que de alguma forma deixou de ser um casal de filhos que amavam música, os quais iam a shows intermináveis ​​juntos, passamos para a criação de uma banda que moldou nossas vidas de maneiras totalmente imprevistas.

Você deve estar se perguntando o que será revelado nas páginas seguintes. Eu sei certamente  que John tem uma oferta abundante de histórias cativantes para contar. . .









Admiro a determinação e a tenacidade de John. Quando tocamos em nosso primeiro show, ele desenhou e imprimiu os cartazes. Nós não podíamos pagar a iluminação, de modo que projetamos na escola de geografia dele as lâminas que foram colocadas no palco. Nós sempre tentamos encontrar uma maneira de fazer as coisas funcionarem. Praticidade tem nos servido bem. Pouco mudou, e sei que hoje, se John e eu temos uma visão, podemos contar um com o outro para que façamos acontecer.

Eu poderia dizer um monte de segredos sobre o John: Eu estava lá para testemunhar a sua primeira namorada, seu primeiro concerto, e quando pela primeira vez ele pegou um contra- baixo. Nós descobrimos tudo juntos, fizemos música, cometi erros, fiz alguns amigos e perdemos  alguns, também, aprendemos  a  nos desviar de escândalos nos jornais quando eles venderam suas histórias, mas sempre encontramos nosso caminho. Você vai ver o que John decide desvendar do requintadamente frívolo ao profundo. Talvez ele vá mencionar o momento em que havia acabado de adquirir o segundo de seus três Aston Martins, e me convidou para dar uma volta rápida ao redor de Londres. Não sendo eu um motorista, mas facilmente suscetível ao luxo, aceitei o convite de bom grado. Ele me pegou e dirigiu suavemente no final da tarde, mas a nossa viagem em breve chegou a uma abrupta paralisação, em frente da Harrods, quando o carro quebrou na hora do rush. John olhou para mim e calmamente anunciou: "Está parado por algum motivo, nós vamos ter que sair e empurrar. . . " Este não era exatamente o que eu tinha em mente, mas, o que dizer, não havia outras opções disponíveis. A fila de carros estava se formando  atrás de nós, e os motoristas exasperados estavam soando suas buzinas , o que naturalmente deu mais atenção em John e eu, como nós timidamente saímos  do carro, tentando não parecer evidente com a nossa fama repentina e cabelos coloridos. Logo, uma pequena multidão se reuniu, e os espectadores assustados começaram a pedir autógrafos, tentamos manobrar o carro para fora do tráfego. Ficamos abalados, mas não surpresos. Talvez John esqueceu o incidente, ou, mais provável escolheu por omiti-lo, porque há muitos episódios mais significativos para ele lembrar. Particularmente para mim  é algo que ressoa no momento , no entanto, porque naquele momento instantâneo reconheci o quanto nossas vidas mudaram mais de vinte e quatro meses.

Embora estejamos na mesma trajetória com Duran Duran há mais de três décadas, são as escolhas que enfrentamos e as decisões que fizemos em nossas vidas pessoais que definem o curso para os nossos caminhos individuais. Seria difícil encontrar cinco pessoas na mesma banda que viveu esses diversos estilos de vida em paralelo. Vi o John no auge do sucesso. Tivemos álbuns em primeiro lugar, com tours com ingressos esgotados, shows realizados para um público que gritava tão alto que não podíamos ouvir o que estávamos tocando. Ele teve carros, ele teve garotas, e sempre recebeu mais cartas de fãs que qualquer outra pessoa na banda. Cada um de nós reage de maneira diferente e adaptada às nossas circunstâncias. John queimou-se com o brilho intenso, e, em seguida, saiu do controle em uma forma espetacular. Não é nenhum segredo que ele lutou contra o vício. Tínhamos percebemos no início, mas nunca admitimos que as coisas estivessem ficando sérias. Todos nós vivemos em uma bolha do caos, passando da limusine para o avião, deste para o quarto de hotel, em seguida, da avenida de volta para o hotel. Assim, quando alguém não tivesse ido para a cama a noite toda, ou parte dela até a noite seguinte, não era  particularmente incomum. De alguma forma, conseguimos manter isso funcionando como uma banda. Nunca me ocorreu como John tinha chegado tão próximo do limite, até o final dos anos noventa, quando anunciou-nos que precisava tomar medidas para enfrentar seus problemas. Simon e eu ficamos chocados. Não tínhamos idéia de que ele ainda estava assombrado por drogas e álcool, porque embora John possa ser um livro aberto, ele também tem a capacidade de ser reservado e manter segredos.

Em 1996, como conseqüência da decisão de John para mudar sua vida, tive um telefonema difícil, durante o qual ele me disse que estava deixando a banda. Fiquei paralisado, e embora eu estivesse sentindo que sua presença estava diminuindo lentamente, com viagens cada vez mais longas para LA, para mim, não parecia ser o momento certo para permitir isso. Ele estava decidido. Ele queria ir,o que nos deixou sem Taylors, uma situação impensável para o restante do Duran Duran! Na sequência, eu escrevi uma letra para uma canção chamada " Buried in the Sand " sobre a nossa conversa, mas isso não muda o fato de que as coisas agora estavam completamente diferentes. John deixou um buraco na personalidade e som da banda, nós perdemos o nosso foco e uma parte crucial da nossa identidade. Simon e eu sentíamos terrivelmente a  falta dele.

Depois disso, John e eu continuamos a deriva cada vez mais distante. Tivemos preciosos mas, pouco contato por anos, o que parecia tão estranho, tendo passado praticamente todos os dias juntos desde a nossa infância. Então, algumas cenas mais tarde, como a maioria das produções de Hollywood, justamente quando você pensa que está tudo acabado, algo dramático acontece para salvar o universo: A Reunião. John veio caminhando de volta para a cidade, triunfalmente ladeado por outros Taylors que estavam  faltando. Eu vou deixá-lo descrever a cena, mas basta dizer que o nosso tempo separados nos fez apreciar melhor a química que temos juntos. John pode ser frágil e sensível, mas igualmente forte e determinado. Ele resolveu seus vícios e agora concentra suas energias em ajudar os outros com problemas semelhantes. John é o momento. Eu o conheço mais do que qualquer um dos meus outros amigos. Não há ninguém o qual preferi ter compartilhado esta jornada a não ser com ele. Ele também é meu baixista favorito.

Finalmente, devo confessar que ainda não li este livro, apenas resistindo à tentação, até agora, porque eu também espero que um dia possa entregar a minha versão dos eventos que encontramos ao longo do caminho, e eu não quero pedir emprestado o que eu não me lembro.

Estou excessivamente curioso para ouvir a perspectiva de John, e entender como ele viu tudo. O que ele pensava. Como ele se sentia. O que ele passou. E, finalmente, o que se tornou importante. Eu sei que para John, escrever sua autobiografia foi um processo de catarse, envolvendo muitas horas no sofá, colocando falhas de caráter nu, vasculhar memórias transcendentes, e reviver experiências dolorosas. Tenho certeza que sua história é sincera e foi entregue com sinceridade e brio, pois este é o estilo de John .
Aproveite a carona, mas fique atento, pois às vezes, o caminho  pode ficar um pouco irregular.


—Nick Rhodes