TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/?s=mark+ronson&cat=5
TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ
14 de maio de 2014
Nota do editor
Lori Majewski: Qualquer um que me conhece sabe que eu sou um Duranie obstinado.
E se você realmente me conhece, você provavelmente está ciente de que eu editei
um fanzine relembrando os dias do Duran Duran, Too Much Information: o Definitive
Duranzine. Entrevistar Mark Ronson para Mad World me lembra dos meus anos de formação
em jornalismo, quando eu perseguia muitas celebridades apenas para perguntar-lhes
sobre suas músicas favoritas do Duran Duran, membros e memórias. Alguns, como
Jared Leto, que franziu a testa e disse: "Não podemos falar sobre Nirvana
em vez disso?" Outros, como Claudia Schiffer e Trent Reznor, foram felizmente
obrigados. Mark Ronson pertence a esse segundo grupo. Quando liguei de casa
para ele, tivemos uma conversa entre fãs companheiros. O que se segue é uma
"versão estendida" das citações de Mark que apareceram em nosso livro...
MAD WORLD: Quais são as suas primeiras lembranças do Duran Duran?
Mark Ronson: Eu estava na quarta
série e nos inscrevemos para que pudéssemos tocar "Wild Boys" no show
de talentos. Eu designei a todos suas funções, e ensaiamos juntos duas vezes,
nunca com toda a banda na mesma sala. Pensávamos tudo ia dar certo, mas foi um
desastre. O saxofonista saiu e estava tocando a música tema de Fame. Voltamos
para a sala de aula depois, e o professor acabou conosco: "Vocês são uma
vergonha! "Eu não sei como tivemos a
audácia de pensar que iríamos ser aceitos. Sorte que éramos os mais velhos da
turma na escola, então, pelo menos, não haveria crianças que pudessem jogar coisas
em nós. Além disso, meu padrasto estava no Foreigner, desta forma, ele tinha
muitos amigos os quais eram estrelas do rock’ n’ roll. Lembro-me de uma noite
que me disseram que John Taylor estava chegando, minha irmã gêmea e eu ficamos atordoados
devido ao sono, pois estávamos tentando ficar acordado até tarde para vê-lo.
Tenho certeza de eu tinha poucos pôsteres na parede.
MW: Como a banda influenciou no seu trabalho?
MR: Há certas músicas que você
ama quando você é jovem, na verdade, você não precisa explicá-las; elas são
apenas músicas pop de boa qualidade. E depois há as coisas que realmente são emocionantes,
por exemplo, agora me encontro com a maioria deles, quando olho para trás,
posso entender como eles me influenciaram. Acho que a principal coisa com Duran
Duran foi que eles tinham uma sonoridade muito próxima do Chic. Há um incrível mash-up¹ feito por alguém e postado no
You Tube onde "Le Freak" e "Girls On Film" se complementam.
Eles têm a mesma sintonia! Isso mostra como de fato John foi influenciado por
Bernard Edwards. Quero dizer, uma coisa é ser influenciado, outra é a capacidade
de conseguir evocar o espírito da sonoridade. Há um monte de pessoas que são
influenciadas por Jimi Hendrix, que tocam guitarra, mas existe poucas pessoas
que podem fazer você pensar nele enquanto tocam. John e Roger trouxeram a tona
o que há no Chic com Bernard Edwards e Tony Thompson.
MW: Houve uma avalanche de artistas new-wave interessantes nos
anos 80. O que distingue o Duran Duran dos demais grupos desta época?
MR: Eles tinham as melhores
músicas. Outras coisas definitivamente os ajudaram - sem dúvida eles tinham o
melhor visual – porém isso somente reforçou essa ideia. Eles podiam tocar seus
instrumentos. John é o único que é um grande obstinado fã de música, que estava
empurrando-os, dizendo: "Tudo bem, temos que ser grandes e soar progressivos",
Nick é o cérebro conceitual, Simon tinha essas melodias incríveis e uma voz tão
singular e Roger é um dos maiores bateristas com agilidade e ritmo, com quem já
gravei. Infelizmente, eu nunca cheguei a trabalhar com Andy; encontramos-nos (em
2012) e saímos algumas vezes, mas essa foi a primeira vez que eu o conheci.
MW: Você produziu o álbum do Duran Duran em 2011, All You Need
is Now. O que você achou de trabalhar com seus ídolos?
MR: Eles são muito progressivos.
Todos na banda estão sintonizados na música atual, música progressiva de
verdade. Você poderia falar com John por 45 minutos sobre uma mixtape² de Diplo³. Ele é muito atento
e ligado com o que está acontecendo. Isso é bastante evidente devido ao fato
das pessoas com quem eles trabalharam nos últimos 10 ou 12 anos: Dallas Austin,
Timbaland e Justin Timberlake.
MW: Mas foi você quem os
guiou em direção a suas raízes new-wave e estilo de tocar no álbum Rio.
MR: Talvez de uma maneira um
pouco egoísta, eu – e a maioria das pessoas ao meu redor, sendo músicos ou amigos
fãs incondicionais - apenas queriam que cada um do Duran Duran pudesse reproduzir
sua própria identidade. Eu (tinha) de abordar esse assunto com eles, sem tentar
fazê-los sentir como se estivessem dando um passo para trás. Tratava-se de
levá-los de volta a essência de quando eram jovens impetuosos fazendo esses
sons e não ter medo ou do excesso em pensar nisso. Aprendi muito ao realizar
esse album, especialmente do Nick sobre sintetizadores, quem me atualizou sobre
o seu mais recente álbum solo (sua coleção) e o álbum de Bruno Mars (Unorthodox
Jukebox) o qual trabalhei.
MW: Em Mad World, John dá a você os créditos ao ajudá-lo a obter
o seu “groove” de volta. Como foi isso?
MR: Enquanto músico, John é muito
modesto. Eles foram rotulados por serem garotos bonitos - as pessoas esquecem
que eles podem realmente tocar. Estava em turnê, tecnicamente um pouco como
assistente, com um grande amigo meu Stuart Zender do Jamiroquai, que é
considerado um dos melhores baixistas de sua geração. Fizemos um show de
abertura para o Duran Duran, e Stuart, eu nunca tinha visto ele assim - estava
um pouco impressionado. Ele disse: "Eu costumava treinar os solos de baixo
tocando "Rio" o tempo todo!”.
MW: O que faz de "Girls On Film", ser considerada uma
canção original?
MR: Aquela seção rítmica
incrível. Assim sendo a espinha dorsal da música é, para mim, perfeita. Depois
de ter esse incrível riff de guitarra - não há nada além disso! É como na música
de Les Paul que usou um Marshall. É como Steve Jones, qualquer coisa, tal como uma
justaposição e combinação do ritmo. Na verdade ninguém os colocou juntos. Então
você tem esse incrível pano de fundo que vinha de Nick Rhodes, as (letras) que
(são) sobre sexo - que é o home run4
o que está ali! Porém, não é só sobre sexo: A música é sexy. É uma combinação
de arrebentar. Obviamente, isso não foi premeditado. Eles não disseram, “Tudo
bem, se pudermos colocar isso aqui e ali, como se estivessem fazendo misturas
no laboratório”. E magicamente está pronto. Na verdade é a soma das partes as
quais você só tem o conhecimento quando ouve os primeiros acordes e as vozes
durante o processo de gravação. Quando acontece a química entre a guitarra e o
ritmo.
MW: Quais são as suas músicas favoritas do Duran Duran?
MR: Save a Prayer, The Chauffeur, The
Reflex, Notorious, Lonely in Your Nightmare. E então
você vai a um show e vê 20 mil pessoas cantando “Ordinary World”, e isso lhe comove,
e você percebe, "Oh, outra grande canção!"
Observações importantes:
- Mash-up:
é do que a combinação de dois ou mais vídeos, sem relação nenhuma entre
eles, tendo como resultado um novo vídeo. http://imprensarocker.wordpress.com/2010/11/04/voce-sabe-o-que-e-um-mashup/
- Mixed
tape: é uma compilação de canções, normalmente com copyright e adquiridas
de fontes alternativas, gravadas tradicionalmente em cassete. As canções
podem encontrar-se de forma sequencial ou agrupadas por características comuns
como ano de publicação, gênero e outros aspectos mais subjetivos. Como
consequência também tem surgido mixtapes de vídeos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mix_Tape
- Diplo:
Thomas Wesley Pentz, Diplo é produtor, compositor, artista, DJ,
empresário, diretor, inovador, ícone cultural e, acima de tudo, um
lançador de tendências musicais. http://monkeybuzz.com.br/artigos/2538/de-produtor-a-icone-cultural-conheca-diplo/
- Home
run: No beisebol, home run (denotado HR) é uma rebatida na qual o
rebatedor é capaz de circular todas as bases, terminando na casa base e
anotando uma corrida (junto com uma corrida anotada por cada corredor que
já estava em base), com nenhum erro cometido pelo time defensivo na jogada
que resultou no batedor-corredor avançando bases extras. O feito é
geralmente conseguido rebatendo a bola sobre a cerca do campo externo
entre os postes de falta (ou fazendo contato com um deles), sem que ela
antes toque o chão. http://pt.wikipedia.org/wiki/Home_run