sábado, 28 de dezembro de 2013

Roger Taylor do Duran Duran troca as peles pelas mesas de som

TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/2013/duran-durans-roger-taylor-trades-the-skins-for-the-decks/

TRADUZIDO POR:  DIANA DA CRUZ


Foto de 24/04/2013 às 21h06


Todas as melhores estrelas do rock são multifacetadas. Ron Wood é um pintor, Lenny Kravitz é um designer de interiores, Ozzy é um filósofo... e o baterista do Duran Duran  Roger Taylor é um DJ que está em alta. Claro, que você lembra-se dele tendo como referência os clássicos Simmons-drum-Driven-pad¹  em “Girls on Film” e “The Reflex”.  Mas nos anos 90, ele pegou as mesas de som e nunca mais olhou para trás, mesmo estando no Top Ten de hits do Reino Unido  “Love is Like Oxygen”. Entre idas e vindas do Duran Duran, ele percorre o mundo, dedicando muito tempo, naturalmente, em Ibiza, periodicamente em sua residência e Met Bar, em Londres. Com shows esta semana no Spybar de Chicago dia 25; e o Top of the Standard, em Nova York dia 27; conseguimos sentar com ele para uma conversa.


Como você tornou-se um DJ? Você considera como sendo uma carreira? 
Estava frequentando tantos clubes em um momento da minha vida que literalmente “tropecei” em uma mesa de DJ em uma noite e comecei a tocar com um amigo. Amei a sensação que estava de algum modo controlando o clima do ambiente.  Eu também estava produzindo dance music na época, então tudo isso foi como destino.


Será que parece ser algo perfeitamente natural para tornar-se um DJ? Afinal de contas, assim como os DJs, os bateristas são aqueles que estão por trás de tudo fazendo o trabalho duro de verdade e ajudando todos a manter o ritmo. 
Sim, há semelhança entre ser o baterista de  uma banda. Visto como a figura do cara que cresce nos bastidores, na verdade quem é muito importante,  mas que também pode passar um pouco despercebido. Acho que tenho uma personalidade muito justaposta.


O que você mais ama sobre ser DJ? 
Aquele momento em que duas músicas combinam maravilhosamente, tanto na batida  quanto na harmonia... Geralmente como um acidente, e você pensa “como é que isso aconteceu?”.


Qual é a sua cidade favorita para se apresentar como DJ? 
Nova York, só porque é a minha cidade favorita no mundo.


Com  o que a sua playlist se parece? As pessoas estão esperando que você toque apenas músicas do Roxy Music e Chic?    
No início tinha um estilo bem eclético, mas depois que comecei a tocar em clubes maiores me apaixonei pela House Music. Afinal, se você está propício a tocar e tocar para 2.000 pessoas em uma boate em Roma, em uma noite de sábado, você não pode só tocar “Wordy Rappinghood²”. Algumas pessoas ainda não conseguem enxergar além do fato que é o Roger do Duran atrás das mesas de som, e às vezes tem certas expectativas do que vou tocar... e ficam um pouco chocadas quando começo a tocar House Music francesa e obscura.


O Duran Duran era o sonho dos DJs, com um remix de definição zeitgeist³ de quase todos os singles. Agora como um DJ, atualmente quais tendências e tracks representam uma síntese do que é cool para você? 
Eu sempre fui um fã de Daft Punk e estou gostando muito de sua colaboração com Nile Rodgers. Estou amando “Get Lucky”. Eu também estive impressionado com o fenômeno Deadmau5 nos últimos anos e essas parcerias suecas de  Axwell, Ingosso e Angello . Eu os chamo de  “Abba” da dance music. E Disclosure estão fazendo um trabalho incrível de reinventar a House Music no ano de 2013, o que não é tarefa fácil.


Duran Duran surgiu em meio de uma consciência coletiva do movimento new romantic o qual "Planet Eartth” simboliza esse momento. Você está ciente deste poder que a música tem? Você pode tocar músicas dos anos 30, 50, 80 e agora, sem jamais evocar a ira dos trendoids4? Afinal, você poderia provavelmente tocar Ace of Base em Le Bain e ninguém iria hesitar. 
Você provavelmente está certo sobre o Ace Of Base, e sim a música viajou certamente em grandes círculos. Artistas como La Roux e The Killers devem mais do que um pouco ao som dos primórdios do Duran.


Qual é a sua casa noturna favorita de todos os tempos? E a sua favorita atualmente? 
Pacha Ibiz , para mim, é o melhor de todos os tempos , mas Cielo em Nova York é o meu favorito atualmente ... Eu amo o sistema de som lá.


Os outros membros da banda estão com ciúmes de sua nova carreira? Você é quem está atrasando o próximo álbum? 
Não sinto qualquer inveja. Nick tem inúmeros projetos de arte e música acontecendo, John tornou-se recentemente um autor de best-seller e Simon é um marinheiro ocupado e competitivo. Mas definitivamente há um próximo álbum que já está sendo produzido.


Duran Duran eram obviamente extremamente provocativos, blusas com ombreiras, o cabelos impecáveis, os garotos-brancos copiando o estilo funk, os vídeos de S&M . Você acha que no contexto musical ainda é possível haver algo provocativo? 
Muito difícil, pois a sensação é que tudo que possa ser provocativo já foi feito. Mas, as pessoas provavelmente pensaram a mesma coisa uma vez que Elvis havia sido filmado da cintura para baixo.


Quais são os seus álbum e música favorita do Duran? 
Tem que ser o álbum Rio. Tornou-se um clássico do período. E ' Save A Prayer ' sempre manterá seu enorme peso emocional para mim.


Qual é a sua ideia perfeita de saída à noite? 
Minha noite favorita é, na verdade, uma noite selvagem com meu filho de 20 meses de idade, comendo pizza e assistindo “Peppa Pig” e “Thomas the Tank Engine.”


Cortesia da Blackbook Magazine

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Informações adicionais:  


1Simmons drum: definição para a marca inglesa pioneira em baterias eletrônicas Simmons. Fundada em 1978 por  Dave Simmons,[1] , os quais seus kits foram comercializados de 1980 a 1994. O som da bateria eletrônica pode ser encontrado em inúmeros álbuns dos anos 80. http://en.wikipedia.org/wiki/Simmons_(electronic_drum_company)


2. Wordy Rappinghood: música do grupo Tom Tom Clube, Roger compara a letra da música com o fato de tocar sempre as  mesmas coisas. Em toda canção a palavra “Word” aparece repetidamente. 


 3. Zeitgeist: O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo.


 4.Trendoids:  definição daquele que é extremamente sintonizado e obcecado pelas últimas tendências da moda. http://www.urbandictionary.com/define.php?term=trendoid



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ESPAÇO MENSAL DO COLECIONADOR

TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/2013/duran-duran-collectors-corner/#

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ





Mesmo sendo o ARCADIA, lá vou eu...


Para aqueles que não estão familiarizados, o Arcadia foi formado no final de 1984, quando o Duran Duran estava gravando o tema de James Bond, "A View to a Kill". Com John e Andy trabalhando no projeto denominado Power Station influenciado pelo rock, Nick e Simon decidiram não fazer uma pausa e dedicaram seu tempo “livre” para um projeto, uma vez descrito por All Music Guide como "o melhor álbum que o Duran Duran jamais fez." Roger (literalmente) emprestou suas mãos para ambos os projetos.

O álbum SO RED THE ROSE foi gravado pelo Arcadia nos estúdios DE LA Grande Armée em Paris. Não só o estúdio ofereceu em suas  instalações o estado da arte, as quais combinaram  perfeitamente com o produtor Alex Sadkin e os engenheiros de som Larry Alexander e Philippe Laffont, a banda sentiu que Paris ofereceu  uma atmosfera que adequou-se as suas personalidades .




O primeiro single, ELECTION DAY, lançado em Outubro de 1985. Aqui está uma pequena seleção dos muitos formatos desta versão encontrada em todo o mundo.



O álbum SO RED THE ROSE foi lançado em 18 de novembro de 1985. A primeira coisa evidente a observar é para a arte do álbum, a pintura na parte frontal do artista americano Tony Viramontes . A imagem visual é uma parte importante do projeto Arcadia, auxiliado pelo trabalho de design de imagens da Assorted iMaGes e Malcolm Garrett, o homem por trás da maioria dos trabalhos de arte do Duran Duran. As pinturas marcantes de Viramontes, fotografia inovadora por Dean Chamberlain e o design elegante de Garrett se unem lindamente sobre este encarte do SO RED THE ROSE edição  argentina, o único país a lançar o álbum com um encarte .




O estilo visual do Arcadia foi divulgado por meio de muitas coleções interessantes.

Estes photocards foram disponibilizados primeiramente para o fã-clube e, posteriormente, em algumas lojas de varejo. Encontrar uma coleção completa de ambos os cartões tanto os em preto e branco quanto os coloridos é difícil, pois são muito escassos.














Um dos itens promocionais mais originais e raros que surgiram a partir deste projeto paralelo é um open- ended álbum de entrevista canadense lançado pela Capitol Records. Estes foram enviados para as rádios locais, onde o DJ poderia simular uma entrevista com Nick e Simon, lendo as perguntas da folha de sugestão, e tocar a faixa como a resposta.



Felizmente para os fãs, há muito que dizer sobre o Arcadia, para colocar em apenas uma sessão! Mas, para aguçar a sua curiosidade até a próxima vez, aqui estão cinco revistas de todo o mundo.





Textos e fotos: Derek Supryka/ Edição: Katy Krassner

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

NICK RHODES SOBRE O FALECIMENTO DE DAVID RICHARDS



TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/2013/nick-rhodes-on-the-passing-of-david-richards/

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ






Fico triste em saber que o produtor em mixagem, David Richards faleceu. Como uma banda, tivemos muita admiração pelo seu trabalho com o Queen e por isso solicitamos que trabalhasse conosco no início dos anos noventa. David mixou The Wedding Album, o qual aconteceu em um momento significativo em nossa carreira. Ele estava trabalhando em seu estúdio em Montreux, por isso costumávamos enviar-lhe as fitas de cada faixa quando terminávamos de gravá-las. Ele tinha uma ética de trabalho incomum, às vezes, podia demorar  até seis semanas,  antes de recebermos o mix, pois ele constantemente aperfeiçoava o que havia mixado, até que estivesse satisfeito por completo pelo produto final. Seu método provou funcionar muito bem conosco, me lembro de como todos nós ficamos espantados quando listamos pela primeira vez o seu mix de Ordinary World, o nível de detalhe foi inspirador  e a faixa manteve uma bela qualidade artesanal .
  

Isso tudo foi em um tempo antes dos artistas usarem computadores para gravar e da internet para enviar arquivos, então simplesmente sentávamos esperando pela chegada da encomenda... David era um verdadeiro mestre da velha escola, com um estilo único.








     
  Nick Rhodes - Londres





domingo, 22 de dezembro de 2013

TEXTO ORIGINAL: http://www.duranduran.com/wordpress/2013/the-sounds-of-planet-earth-nick-rhodes-of-duran-durans-favourite-albums/

TRADUÇÃO: DIANA DA CRUZ


Os sons de Planet Earth: os álbuns favoritos de Nick Rhodes do Duran Duran

Por: Baker’s Dozen




Como seu tão aguardado projeto paralelo  TV Mania finalmente lançado, Bored With Prozac and the Internet?, Nick Rhodes do grupo Duran Duran revela os 13 álbuns que mudaram sua percepção sobre música.

" Fiquei horrorizada quando vi o e-mail o qual indaga se eu escolheria 13 álbuns." Nick Rhodes , tecladista e um dos membros originais do Duran Duran, está experimentando, sua reação  foi muito comum ao nosso conceito Baker´s Dozen. "É impossível - eu poderia escolher 13 álbuns de David Bowie ", diz ele, e eu, acredito nele.

Estamos sentados em um moderno estúdio de gravação ao Sul de Londres e Rhodes me parece em boa forma. Momento de quebrar o gelo  - o qual  já compartilhamos histórias sobre detenções escolares.  Conto a Nick sobre a minha – e somente uma única detenção - ao longo da minha carreira escolar deveu-se ao Duran Duran. Fui tarde para a escola em uma manhã de 1983, pois havia decidido que precisava comprar o single “Is there something I should know?” assim que a loja de discos local abrisse na manhã do lançamento.  Eu estava de olho em um colega que preferiu Spandau Ballet e pegou uma semana de detenção.  Nick conta que a sua detenção só foi provocada por um professor de geografia que declarava em aula que " a indústria florestal estava passando por um período de crescimento ",  isso deixou o jovem Rhodes em um ataque de incontrolável de risos,  mas punível.

Quando começamos a discutir seus 13 álbuns favoritos,  Nick se esforça para definir a cena. "Quando chegou a hora, tentei encontrar coisas as quais eu realmente acreditava que mudariam para mim, e pela música, por pessoas que pensavam de forma diferente e tinham a vontade e a energia para fazer esses discos. Musicalidade é bom e com visão de futuro também, mas ter atitude de colocar os sentimentos a tona é a metade da batalha. Cada um dos discos que eu escolhi tem uma atitude completamente intransigente sobre isso. "

A lista de Rhodes é um enorme mash-up de vários gêneros e enquanto o  Duran Duran não deve ter exibido o nível suficiente de inovação inerente as escolhas dele, é fácil ver como o amor de glam, punk, disco, funk , art-rock e música eletrônica esteve presente nos prelúdios do Duran.

Depois de discutir nove dos álbuns, uma assessora de Nick perturba a nossa paz, na tentativa de encerrar a entrevista. Nick diz a ela que vai demorar um pouco e que o próximo entrevistador - um cara de uma revista de ricos - terá que esperar. “Talvez mais dez minutos?”, Diz ela, tentando manter a risca o calendário apertado. “Vai ficar mais perto de 20,” me diz Rhodes, fora do alcance da voz gentil da assessora. “Nós nem se quer ainda falamos sobre David Bowie.”




Kraftwerk - The Man -Machine

Kraftwerk foi uma grande influência para mim musicalmente e estilisticamente. Eles  realmente foram a primeira banda verdadeiramente eletrônica que ouvi . Depois, é claro, eu escutei todas as outras coisas alemãs como NEU! e Can. Ouvi The Human League e tudo o que saiu da Inglaterra nesta época. Mas, Kraftwerk foi o centro de tudo. O primeiro álbum que ouvi em sua totalidade  foi Trans -Europe Express, já fui pego ouvindo, porque amo aquele álbum.  Mas, acho que obra-prima absoluta do Kraftwerk é The Man -Machine – sejam pelas sábias músicas, pelo visual, arranjos ou sons. Está tão perto de um disco perfeito que sinto que não há nada parecido.

Quando eu era DJ na Rum Runner - eu tinha 16 ou 17 anos e estava começando - costumava tocar um monte de faixas do The Man -Machine , porque quase tudo deste álbum você pode tocar. Curiosamente, eu nunca tinha visto o Kraftwerk, até recentemente, quando eles tocaram o Tate Modern. Fui a três shows The Man-Machine, Trans -Europe Express e Computer World - porque  senti como se eles tivessem tido um impacto tão grande em mim que eu deveria ir e ver todos aqueles  shows. Eles não foram uma decepção, o efeito 3D era extraordinário e foi uma grande alegria ouvir essas músicas bem altas através de um sistema de som como esse. Você não tende a começar a ouvir sintetizadores no volume alto, a menos que você vá para um clube e ouça algum remix horrível.

Kraftwerk teve muito bom gosto e muitas das músicas são sobre isso. Eles não fazem tantos álbuns ao longo de um período de tempo, mas tudo foi impecável - cada som, cada atraso, cada vocoder. Eles realmente deram atenção aos detalhes e isso é algo pelo qual eu tenho uma completa obsessão. Posso mexer com algo por anos e anos que sinto as mudanças em todo toda a faixa de música e ninguém vai ouvir o que eu estou fazendo. Kraftwerk tinha uma grande habilidade para isso. Eles fizeram discos realmente impecáveis.





The Velvet Underground - The Velvet Underground and Nico

Quem foi que disse que este álbum não vendeu muitas cópias, mas cada pessoa que o comprou passou a formar uma banda, eu acho que provavelmente há alguma verdade nisso. É um registro tão influente; verdadeiramente único Maverick Record e é um dos discos que ouço mais que qualquer outro.  Frequentemente como agora – só sentirei a necessidade de ouvir      " Venus In Furs " . Ainda soa estranhamente moderno, considerando que foi feito na década de sessenta.

Eu adoro todos os recursos utilizados pelo  The Velvet Underground - John Cale tocando viola, Nico cantando em algumas das canções e Lou cantando outras. Ele passa a sensação de que é diferente de tudo e ninguém conseguiu realmente essa sensibilidade pela originalidade desde então. Parece tão estranho - foi feito em Nova York durante um período que tem toda a mística da Factory de Andy Warhol. É também uma das grandes capas de álbuns do nosso tempo - da banana descascada de Warhol. Eu conheci Andy muito bem ao longo dos anos oitenta, até que ele, infelizmente, morreu. Toda aquela cena era tão elegante e subterrânea - eles tinham um nome perfeito.


Tive sorte o suficiente ao longo dos anos de encontrar John Cale um monte de vezes e Lou Reed - sentei-me ao lado de Lou em um jantar a alguns meses - e para mim eles ainda são grandes ícones da música moderna. Chegamos a tocar com Lou no palco uma vez no final dos anos oitenta. Fizemos um show de caridade e ele veio e tocou "Sweet Jane" e "Walk On The Wild Side" com a gente foi algo surreal. Nós fizemos uma cover de  ' Femme Fatale ' - poderíamos fazer outras para todo um álbum mas não seria tão bom neste sentido.




Sly And The Family Stone – Fresh

Eu descobri este álbum relativamente tarde. Eu gostava de funk, disco e foi uma descoberta mais cedo para mim quando eu estava na minha adolescência. Mas, por volta de 1985, eu encontrei Sly And The Family Stone. Tinha por volta dos meus 23 anos na época e – nossa! – isto foi uma descoberta, não conhecia esse álbum em particular até então. Ouvi desde a manhã até a noite, antes estávamos fazendo o álbum Notorious , que foi muito influenciado por Fresh . Para mim, é o maior álbum de funk. Eu poderia ter escolhido um álbum de James Brown - I Love Live At The Apollo, que foi um álbum fantástico -, mas  músicas  como "If You Want Me To Stay" e 
"In Time" já são  obras-primas.


Fresh tem como se fosse uma atmosfera própria. É muito difícil no estúdio capturar esta atmosfera. Em um show ao vivo é mais fácil porque esta atmosfera já existe - você tem o público, você está tocando junto, existe o perigo de que algo pode dar errado a qualquer momento e você vai ter uma música em algum lugar e você não pode voltá-la.  Mas, fazendo isso em um estúdio e capturar essa vibração real é o ápice da música. Se você pode fazer e consegue isso - então você tem algo grandioso.  Os Stones eram sempre muito bons nisso, assim como The Who no início. Mas, este álbum, Fresh, é pura vibração e cada vez que eu escuto as sequências de teclados nas canções.  Eu posso quase sentir o cara tocando. Você não consegue isso tudo nas gravações modernas. Isso é o que nós perdemos. Andy Newmark tocou bateria no álbum e elas são algumas das maiores faixas de bateria já gravadas. Não é apenas sentir – é a vibração .  Adoro isso.




Portishead – Dummy

Quando fui montar a lista, eu queria começar com um álbum que havia saído nos últimos anos. Eu tinha uma longa lista, talvez 50 álbuns, e havia alguns álbuns recentes e faixas que eu gostei nos últimos meses. Mas , quando eu estou dizendo que estes são os meus 13 álbuns favoritos os que mais importam , eu percebi que não havia muito dos últimos 15 a 20 anos, o que é um pouco triste para mim. Há álbuns que eu amo - não me interpretem mal. Eu quase incluo um álbum do Daft Punk, já que as coisas mudaram um pouco e eu ouvi muito quando foi lançado. Pensei no álbum de estréia do The Killers, o qual considero bom.

Soa como um disco do Duran!


Tinha sido observado que havia algumas influências lá. O que eu tentei fazer quando eu percebi que tinha quatro vezes a quantidade de álbuns que eu precisava, foi escolher os que realmente mudaram algo. Para mim, Portishead foi o último álbum que mudou o aspecto da música. Foi o meu álbum favorito de 1990. Ele foi muito bem trabalhado, com o uso de batidas trip-hop, juntamente com o álbum 
Tricky[ Maxinquaye ] , que saiu na mesma época o qual também gostei muito.

Portishead foi transformador, porque nos anos 90 o que mais sofreram mudanças foram os ritmos. O hip-hop e o House saíram da década de oitenta e com certeza no final tivemos o Rave e o Techno, mas este estilo surgiu lentamente, de forma sombria e fez uma declaração real.  Eu também acho que Blue Lines do Massive Attack foi de uma sonoridade similar, talvez um pouco mais melancólico, mas um álbum impressionante. Dummy tem uma beleza que de alguma forma perdeu-se  na música.  Sua composição é tão finamente trabalhada - cada som nele – e a composição é requintada. Ele realmente contém canções brilhantes. Lembro-me de quando ouvi, fiquei surpreso. Não é sempre que ouço um álbum e penso:  " eu gostaria de ter escrito isso".  Como um álbum, Dummy é uma experiência perfeita para se ouvir do início ao fim. Eu tiro o meu chapéu para a forma como ele foi elaborado.




Talking Heads - Remain in Light



Vi Talking Heads quando criança em Birmingham Barbarella’s . Eles estavam prestes a lançar o Talking Heads : 77 . Foram peculiares e eu não sabia muito sobre eles, mas estavam fora de Nova York, por isso foi interessante. Qualquer coisa fora de Nova York, eu queria comprar, se era Richard Hell And The Voidoids , Patti Smith, a cena da CBGB ou Blondie. Eu amei Blondie e acho que eles foram uma das bandas mais subestimadas tantas canções maravilhosas, a ironia das letras, a voz e estilo de Debbie.

Coloquei Talking Heads porque acho que o seu sentimento e apetite para a experimentação é extraordinária. Todos os seus álbuns tem algo neles os quais eram tão originais. Adoro o álbum Fear Of Music,  mas acho uma obra-prima  Remain in Light o qual suspeito que Brian Eno teve uma participação. De qualquer forma, essa combinação Byrne - Eno trabalharam brilhantemente juntos. O álbum teve um hit surpresa - " Once In A Lifetime " - e que mais uma vez foi tão único e tinha um peculiar senso de humor no vídeo. David Byrne capturou verdadeiramente um aspecto da América a qual ninguém mais o fez. Para mim, Talking Heads foi a grande banda americana da década de oitenta. Havia muitas outras bandas boas – The Cars escreveram algumas grandes canções - mas o uso da percussão pelos Talking Heads,  e dos elementos das músicas africanas nas letras de Byrne foram especiais. Para mim, ele é um dos melhores letristas.

Um monte de letras nesse álbum é um estilo de "fluxo de consciência". Será que isso tem um certo impacto sobre Duran Duran? Estou especificamente recordando horas gastas tentando entender as letras sobre Seven And The Ragged Tiger como um garoto de 13 anos.


Risos. Você teria que perguntar a Simon [Le Bon]. Simon adora fluxo de consciência - você apenas tem que encontrar à corrente primeiro. David Byrne pinta quadros fantásticos com suas letras. Eu sou um fã, porque acho que eles foram a banda norte-americana mais inventiva de sua época e faziam algo que ninguém estava fazendo.




Grace Jones - Nightclubbing

Eu sou um grande admirador de Grace Jones de muitas, muitas maneiras. Ela saiu da indústria da moda, fez um álbum no estilo Disco e, em seguida, passou a fazer três discos clássicos que eu acho que são um dos maiores sons que alguém já lançou.

Esses álbuns foram produzidos por Alex Sadkin e Chris Blackwell, que haviam trabalhado com Bob Marley antes disso.  Primeiro, trabalhamos com Alex Sadkin em ‘Is There Something I Should Know?’   E ele passou a produzir Seven and The Ragged Tiger e o álbum do Arcadia comigo.  Então, trabalhamos bem de perto com Alex e a razão pela qual queria trabalhar com ele em tudo foi por causa do álbum de Grace Jones. Eu estava tão surpreso quando ouvi o som Nightclubbing - a profundidade, qualidade e clareza da instrumentação e vibração.  Eu não conseguia entender como alguém já havia captado isso.  Eu precisava trabalhar com essa pessoa de alguma forma e, felizmente, Alex acabou por ser um dos nossos grandes colaborações.

Grace combinou seu estilo com influências reggae, com certa sensibilidade pop e com grooves que as pessoas pudessem dançar, criou algo que só ela poderia ter feito.  Foi totalmente original e todos nós do Duran Duran  amamos Grace Jones. Ouvíamos seus álbuns mais do que a maioria dos outros artistas. Conhecemos Grace e por muitas vezes estivemos com ela, a qual fez o filme de Bond [A View to a Kill] cuja trilha sonora foi nossa e teve  uma participação especial em "Election Day" para o Arcadia.

Eu também acho que Grace é uma das artistas mais fascinantes que há. As coisas que ela costumava fazer com Jean-Paul Goude - a fotografia, os vídeos, as capas dos álbuns - era tão elegante. Eles tinham muito bom gosto. Eu realmente amo as músicas de Nightclubbing. O original da faixa título é  The Idiot  de Iggy Pop – a qual adoro - escrita por Bowie e Iggy. A canção tinha a vibe  mais obscura que você possa imaginar, realizado em Berlim, durante aquele período, Grace o produziu  de forma tão diferente e bonito.  Geralmente com uma capa autêntica ou parecida com o original - 'Nightclubbing' ambos são maravilhosos.

Ela é tão assustadora que quando você começa a conhecê-la a vê como sua imagem pública sugeriria?


Não sei se as pessoas gostariam de estar no lado escuro de Grace, mas há um gatinho lá, bem como um leopardo. Eu a adoro. Considero a extremamente criativa.





Sex Pistols – Never mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols


O Punk Rock mudou a minha vida. Em 1976, na Inglaterra antiga e sombria - dias cinzentos, o Thatcherismo, greves, cortes de energia, o desemprego em alta – era muito ruim lá fora. Há semelhanças com o agora, eu suponho. Eu era um garotinho e gostava de me levantar para ir à escola e isso significava congelar como se não tivéssemos nenhum poder para nada. Eu me perguntava o que estava acontecendo. Você precisava de alguma coisa na vida para agitar as coisas e este movimento punk rock parecia ter surgido do nada. Houve o Glam Rock que foi desaparecendo por volta de 1975, Bowie tinha mudado de identidade novamente e então - Bang -  vieram os Sex Pistols. Não eram apenas eles - havia todas essas bandas, The Clash, The Buzzcocks, Siouxsie and the Banshees, The Damned. Mas, escolhi o álbum dos Sex Pistols  pois, acho que eles estavam liderando a corrida.

Eles tiveram Malcolm [McLaren] e Vivienne [Westwood] que estavam nos bastidores, ajudando na produção – duas das maiores pessoas criativas desta época. Eles tinham a imagem mais extraordinária. Os Pistols eram tão elegantes. Todo mundo diz que é anti-estilo, mas na verdade era da alta costura, seu primeiro show foi no Central Saint Martins, pelo amor de Deus! A coisa toda, para mim, foi extremamente elegante, e é claro que eu adorei ter crescido com o Glam Rock.

Havia algo sobre o punk - que era pra chatear seus pais. Todas as crianças precisam de alguma coisa deste tipo, em algum momento de suas vidas, que é deles e que não pertence aos seus pais. Cada geração precisa se ​​rebelar e o Punk Rock era realmente isso. Ele rasgou o livro das regras.

Antes disso, eram todas essas bandas técnicas, como Pink Floyd, Yes e Genesis - alguns dos quais são incríveis - mas na época era tudo muito complicado. Emerson, Lake and Palmer tinha muitas notas. Punk Rock só tinha alguns acordes e era cru e você podia sentir os acordes. Essa é a primeira vez que eu percebi que talvez eu pudesse estar em uma banda. Lembro-me de ir com John Taylor para Birmingham Barbarella para ver uma banda punk - talvez Geração X - e eu estava assistindo o guitarrista tocar, conheci todos os acordes. Fui para casa e peguei o meu violão e toquei os acordes. Eu podia tocar a música. Essa foi uma epifania - Percebi que podia fazê-lo. Jamais poderia ter feito algo assim parecido com uma música do Genesis.

Eu escolhi o álbum dos Sex Pistols, pois acho que é o mais importante, mas eu diria que quase escolhi The Scream da Siouxsie And The Banshees, porque é um brilhante registro – tão enigmática e diferente – a qual toquei muito. Siouxsie era tão única. Na verdade bandas punks eram únicas, mesmo se tivessem a mesma energia. Eu amei o EP  Spiral Scratch dos Buzzcocks e, em seguida, o álbum, que Malcolm Garrett projetou e passou a faze  para os nossos primeiros cinco anos. Trabalhamos com ele por causa de Buzzcocks.




Donna Summer - I Remember Yesterday


A razão pela qual eu escolhi o álbum de Donna Summer na verdade não é porque eu toquei demasiadamente este disco. Há uma canção sobre ele que mudou minha carreira. É uma música que mudou muito a percepção da música das pessoas e é, obviamente, 'I Feel Love'. Eu me lembro de quando ouvi pela primeira vez "I Feel Love", soava alienígena. Não havia e nem tinha ouvido nada parecido antes. Alguém realmente teve a premeditação e a invenção de produzir algo com o sequenciamento eletrônico, o qual as pessoas pudessem dançar. É pulsada de uma maneira diferente. Essa pessoa foi Giorgio Moroder.

Eu sou muito grato a Giorgio Moroder por inventar esta maneira de pensar e pelas outras gravações que ele fez. Eu acho que ele é um talento fantástico e eu amei o trabalho que ele fez em um monte de trilhas sonoras de filmes, principalmente Midnight Express e Cat People. Eu tenho toda a sua obra. 'I Feel Love' foi visionário - que é tudo que eu posso dizer sobre isso. A canção, junto com The Sparks de Moroder foi [ Nº 1 In Heaven], era o tipo de som que eu queria fazer. Eu estava aprendendo música eletrônica e como funcionavam as sequencias. Sem dúvida, entre Moroder e Kraftwerk, essas foram às pessoas que abriram o caminho - que pavimentaram as ruas para mim.

Sem 'I Feel Love' não haveria esse monte de música eletrônica. Esse é o DNA que foi utilizado por todos nós. Moroder, para mim, teve um período em que ele estava definindo o futuro e foi muito ignorado por muita gente, talvez porque ele era mais um produtor que um letrista de um monte de músicas.


Quanto à I Remember Yesterday, é um álbum engraçado como metade do que é eletrônico e brilhante e a outra metade é muito tradicional e bom. É um equilíbrio estranho, mas um álbum muito importante por causa desta faixa.




The Beatles - The Beatles


Seria muito hipócrita da minha parte não reconhecer o enorme impacto que The Beatles tiveram na música e na cultura pop. Eles tiveram a sorte de estar por perto em uma época em que as pessoas estavam sendo pioneira com guitarras elétricas e experimentar coisas diferentes e formando o que era música pop. Os Beatles eram os melhores e a obra-prima é "The White Album", porque você começa a ouvi-los, a experimentar e ir um pouco mais longe até as águas mais profundas.


Algumas das músicas de McCartney são grandes, coisas como 'Blackbird', mas as músicas de Lennon - ‘Happiness Is A Warm Gun’ e ‘I’m So Tired’ - são magníficas. "I’m So Tired” é uma daquelas músicas que eu mais me identifico que qualquer outra. Certas canções moldam às nossas personalidades ou a nossa maneira de ser. Com “I’m So Tired” estive assim por muitas vezes, noites sem dormir de jet-lag ou muitas coisas acontecendo na minha cabeça. Lennon tinha essa habilidade incrivelmente fácil de captar as coisas e colocá-las por escrito, essa canção transformou-se em um cartão postal. Esse álbum é cheio dessas preciosidades. De todas as coisas que eles fizeram o álbum que é de longe, o meu favorito. É o mais experimental. Isso me fez pensar que você pode fazer o que gosta ser apenas uma experiência. Outras pessoas estavam apenas escrevendo músicas, The Beatles estava abordando uma perspectiva muito mais ampla.



Public Enemy - Fear Of A Black Planet


Eu me lembro de quando ouvi pela primeira vez Fear Of A Black Planet foi, novamente, um daqueles momentos em que pensei 'é isso'. Ainda estava nos estágios relativamente iniciais do rap, mas Chuck D estava na mira de algo. O som das pistas - as unidades de ritmo que eles estavam usando com aqueles pequenos sons de percussão - era diferente de tudo o que eu ouvi. É por isso que eu escolhi. Jay-Z fez alguns grandes discos, como Dr. Dre, mas Fear Of A Black Planet mudou tudo.

Regravamos “911Is A Joke”, a qual foi muito criticada. Garotos brancos de classe média fazendo cover de Public Enemy - o que eles estavam pensando?  Posso dizer-lhe que não perdemos a ironia na música. Na verdade, Flavor Flav adorou a nossa versão, e isso foi emocionante. 


Public Enemy foram os pioneiros,  algo que se tornou a maior mudança de paradigma na música que tivemos nos últimos 25 anos. Você olha para algumas dessas músicas e pensa em quantos samples que contêm - a lista é enorme. Mas que a tecnologia de samples é algo que todos nós temos usado desde então. Public Enemy foram os inventores, como foram os outros, os quais os álbuns eu escolhi. Eles colocaram a música em um novo patamar e isso é o que me excita.



Stravinsky – The Rite Of Spring


Pensei que deveríamos ter um álbum de música clássica já que ouço muito em casa. Eu pensei sobre Nocturnos de Chopin, mas não muda nada. The Rite Of Spring foi para mim, o primeiro álbum punk. Era a visão mais intransigente. No período em que foi feito, ninguém estava fazendo nada como Stravinsky. Ele estava escrevendo peças para instrumentos que não produziam essas notas, então eles tiveram que produzir novos instrumentos que pudessem tocar essas novas notas extras para que a orquestra pudesse tocar aquela peça. Isso é visão de futuro.


Toda a história do Making Of do álbum é tão fantástica - que Stravinsky não tem dinheiro e Coco Chanel vem juntar-se a ele convidando o para viver em sua casa.  Stravinsky fica em um quarto sozinho escrevendo todas essas peças para todos estes instrumentos. É extraordinário e um feito notável. Então, o fato de que na noite de abertura estridente em um teatro parisiense o público ter odiado a peça. Pensavam que era terrível, mas agora é reconhecido como uma das grandes obras-primas do século 20. É uma história muito boa e eu admiro seu empenho, sua inventividade e sua paixão absoluta para fazer esse trabalho. Você escuta o e pensa "como é que ninguém nunca fez isso?" Qualquer um que não tenha ouvido The Rite Of Spring e que realmente gosta de música deve ouvir.



Michael Jackson - Off The Wall


Esta foi uma escolha difícil. Eu queria algo que fosse um álbum Disco e poderia ter sido Saturday Night Fever do The Bee Gees - você não tem outras melhores do que as músicas deste álbum em particular. Mas, depois pensei sobre Michael Jackson, o que ele fez e como ele transformou tudo. Off The Wall é Quincy [Jones] no auge de seus poderes na produção de Michael Jackson. Michael tinha a voz mais incrível e um senso de ritmo que ninguém nunca tinha ouvido falar antes. É realmente significativo. Eu escutei uns dois ou três meses atrás, pela primeira vez após um bom tempo e é impecável.

Off The Wall foi o som de [New York super-clube] Studio 54. Eu era muito jovem para ir ao Studio 54, quando abriu pela primeira vez, mas fui mais tarde, quando eles reabriram brevemente no início dos anos oitenta. Estava no mesmo ambiente só de imaginar como foi - teria sido muito mais divertido em 1977. Então, este álbum é para mim mais interessante que Thriller (embora novamente outro álbum ótimo), capturou o espírito de uma geração e trocou a Dance Music de lugar. Essa discussão poderia continuar por horas, se tivéssemos tempo, sobre o que aconteceu com a Disco e Funk, bandas como Chic e Sister Sledge de quem eu sou, obviamente um grande fã, mas, para mim, Off The Wall foi o álbum que definiu aquela época.
Você conheceu Michael?

Eu não o conhecia muito bem, mas eu o encontrei algumas vezes. Na verdade, uma vez eu lhe dei um Grammy. Sheena Easton  e eu entregaram o Grammy - era como uma competição “ de quem tinha o maior mullet” .
E quem ganhou?


Sheena foi muito boa nesse quesito.




David Bowie - Aladdin Sane


Eu diria que David Bowie teve a maior e singular influência sobre todas as músicas que foram lançadas naquela época, quando eu comecei no início da década de 1980. E a maior parte das outras bandas na cena musical moderna teve a influência de David Bowie. Ao longo dos anos setenta podemos dizer com segurança que ele praticamente dominou este cenário. Se The Beatles dominou a década de sessenta, os anos setenta foi propriedade de Bowie. Eu poderia ter escolhido qualquer um de seus álbuns. Pensei em Hunky Dory que tenho ouvido mais, Ziggy Stardust ... Ou o primeiro álbum que comprei. Pensei em Station To Station, o qual mudou a percepção das coisas e como suas influências transformaram e, em então, toda a trilogia de Berlim, discos extraordinários. Decidi por Aladdin Sane como sendo um álbum definitivo do Glam .

Musicalmente, ela foi alimentada com a energia dos anos setenta. Os acordes de guitarra de Mick Ronson são espetaculares, as faixas têm uma inquietude  - canções como "Cracked Actor" e "Panic In Detroit" tinham uma verdadeira atmosfera de aflição. Os singles 'The Jean Genie' e 'Drive-In Saturday, provavelmente, nem de perto foram as melhores faixas do álbum -' Lady Grinning Soul 'é a minha música favorita - mas tinha uma atitude. Você podia sentir a atmosfera em que foi gravada. Este foi o álbum que transformou Bowie em uma estrela absoluta em todo o mundo. Coloquei muito para tocar quando eu era um garoto e foi um daqueles discos que me incentivou a querer estar em uma banda.

Além disso, é de longe a melhor capa de álbum da década de 1970. A imagem do flash no rosto de Bowie realmente ressoa. Foi impactante - Vi que a V&A Museum está preparando uma amostra sobre a carreira e objetos de Bowie (e claro que devem fazer) a imagem que eles estão usando para promover o evento é a capa do Aladdin Sane.
Você foi particularmente influenciado pelo senso de moda e maquiagem de Bowie?

Absolutamente. Estilisticamente, David Bowie influenciou toda uma geração que veio depois dele, incluindo os punks -  Bowie foi amado por todos. É o DNA que foi seguido por todos nós. Crescemos nessa atmosfera e continuamos nela. O período do Glam foi fantástico.  Foram apenas alguns anos, mas foi muito importante para mim, pessoalmente, a imagem do sábio. Eles estavam abrindo o caminho e demonstravam como as estrelas de rock deveriam ser.

O Duran Duran tocou em alguns shows com Bowie em sua turnê Glass Spider. Como foi isso?


Bem, nós conhecíamos David desde cedo. É muito surreal, em um momento você está ouvindo a esses álbuns em seu quarto e, em seguida, alguns anos mais tarde você está encontrando o cara em seus shows. Passamos algum tempo fazendo alguns shows com ele. Gosto muito de David. Ouvi duas de suas músicas novas e estou feliz que ele está lançando álbuns. Ele tem contribuído muito na música e mudou o olhar das pessoas sobre arte. Um verdadeiro inovador, embora David não roube, tem-se que admitir, mas ele rouba bem a cena.